Receita divulga mais um balanço da arrecadação
A arrecadação do mês de setembro em relação ao mesmo período do ano passado sofreu decréscimo real de 11,29%, com atualização pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Em números absolutos, a arrecadação de impostos e de contribuições federais somou R$ 51,5 bilhões.Os números registraram a 11ª queda consecutiva na comparação com mês anterior. No acumulado do ano, a arrecadação foi de R$ 483,6 bilhões, o que significa queda de 7,83% frente ao mesmo período de 2008.Os dados foram divulgados nesta terça-feira (20/10) pelo coordenador-geral substituto de Estudos, Previsão e Análise da RFB (Receita Federal do Brasil), Auditor-Fiscal Raimundo Eloi de Carvalho. Segundo ele, a queda é decorrente do cenário econômico, que ainda é diferente de setembro do ano passado, apesar dos dados apresentarem recuperação.“Tivemos desonerações da ordem de 2 bilhões de reais em relação a setembro de 2008 e também tivemos em 2008 um valor atípico de arrecadação referente ao Imposto de Renda da Pessoa Física por conta de venda de participação acionária de empresas de R$ 655 milhões. A conjugação desses fatores influenciou o resultado da arrecadação de setembro”, explicou o coordenador.Também segundo Raimundo Eloi, na arrecadação do mês de setembro, ainda há reflexos de indicadores do primeiro semestre do ano. Em sua análise, é possível pensar em uma recuperação da arrecadação até o final ano. “Há uma gradativa melhora e ainda temos os meses de outubro, novembro e dezembro”, ponderou o coordenador.Crise financeira - O coordenador-geral comentou também que a crise financeira é a principal responsável pela queda da arrecadação registrada até agora. Os cortes de impostos efetuados pelo Governo, feitos para reativar a economia por conta das turbulências internacionais, contribuíram para o mergulho da arrecadação.Ele explicou ainda que a conjuntura ligada à crise financeira internacional foi decisiva para queda da arrecadação de 2009. Neste ano, a lucratividade das empresas recuou, pelo menos, 29,5%, enquanto a produção industrial caiu 12,1%, e as importações caíram 30,8% em dólar.