Auditora vence sete ações e prova sua inocência
Depois de quase sete anos lutando na Justiça, a Auditora-Fiscal Rosely Gavinho Konder pode comemorar a vitória. Ela havia sido citada de forma equivocada pela imprensa como suspeita de participação em um esquema capitaneado por empresários que envolvia sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, utilizando doleiros e empresas sediadas em paraísos fiscais. A investigação da Polícia Federal, ocorrida em 2003, ficou conhecida como Operação Firula.Recentemente, a 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) condenou a Rede Record a pagar indenização no valor de R$ 50 mil à Auditora, a título de danos morais. Em primeira instância, a emissora já havia sido condenada a pagar indenização de R$ 30 mil. No recurso, a rede de tevê alegou que apenas cumprira o direito de informar. Em resposta ao recurso, os juízes entenderam que a emissora não conseguiu provar que a autora da ação, citada em reportagem, era a mesma mulher investigada pela Polícia Federal. Além disso, acataram o pedido de Rosely para que fosse aumentado o valor indenizatório.Ao todo, a Auditora moveu sete ações contra os principais veículos de comunicação do país e ganhou todas. “Agora sinto que foi feita justiça. Não pelo dinheiro, porque isso não recompensa a honra e a minha saúde que ficou bastante abalada. Mas porque os Tribunais reconheceram que eu sou inocente. Isso é muito importante”, afirmou.Rosely lembra que o envolvimento de seu nome se deu em virtude do testemunho de um dos doleiros envolvidos que citou uma “Rosely” e o marido dela como comparsas no esquema. “Só que na época existiam três Auditoras-Fiscais da Receita no Rio de Janeiro e oito em todo o Brasil. Nenhuma foi investigada. O certo seria fazer uma sindicância para investigar as oito e não divulgar o meu nome de maneira irresponsável como foi feito. Isso partiu de dentro da Receita, não sei porquê. Você imagina o que é ter seu nome estampado na primeira página de todos os jornais?”, rememorou.Para a DEN (Diretoria Executiva Nacional), a vitória da Auditora é uma vitória de toda a Classe. Isto porque, muitos Auditores estão se sentindo acuados seja pelo abuso de poder da PF, que em muitos casos prende para depois investigar, ou da imprensa, que ávida por índices de audiência, não se preocupa em apurar a fundo as informações antes de torná-las públicas e prejudicar a vida de cidadãos idôneos como Rosely Gavinho Konder. O caso também serve de alerta para a própria RFB (Receita Federal do Brasil) que deveria partir do princípio de que todos são inocentes até que se prove o contrário e agir com muita cautela, antes de expor um de seus membros.