Marilene Iankowski: a história de uma Auditora Fiscal da RFB

Fonte Assessoria de Imprensa
08 Mar 2021
Lighthouse

Em plena década de 70, a auditora fiscal Marilene Iankowski, era uma das poucas mulheres que integrava a turma de alunos da Faculdade de Engenharia da Ufrgs. Para ela, o curso que sempre quis. Para os outros, na época, muito estranho. Especialmente para o noivo que, quando ia encontrá-la na faculdade, ficava desconfortável ao vê-la saindo no meio de tantos homens.

Formada em 1976 em Engenharia Civil, Marilene começou o trabalho atuando no desenvolvimento de projetos para áreas de distritos industriais, atividade que durou até 1983. Por contingências políticas (era uma empresa de economia mista), Marilene acabou dispensada. Desempregada, com experiência e um currículo exemplar na mão, começaram as dificuldades por ser mulher. “As próprias secretárias das empresas em que eu me candidatava estranhavam ‘mulher na engenharia?’”.

Sem mais alternativa após dois anos de busca, e sentindo pela primeira vez a dificuldade de atuar em um segmento majoritariamente masculino, Marilene decidiu prestar concurso público. Técnico do Tesouro Nacional, Fiscal da Previdência e Auditor da Receita Federal. Foi aprovada em todos. O primeiro a tomar posse foi como Técnica, na RFB. Logo a facilidade com os números, conquistada nos inúmeros cálculos da Engenharia começaram a fazer diferença e ela ganhou respeito e credibilidade entre os colegas no Chocolatão.

Em 1993, assumiu o cargo de Fiscal da Previdência, o segundo concurso em que havia sido aprovada e no qual exerceu também a função de Chefe de Fiscalização. Foram anos de trabalho fora da Receita, até que as duas áreas de fiscalização foram unificadas, em 2005. Na época, Marilene atuava no Tribunal Regional do Trabalho, analisando os processos de previdência na justiça do trabalho. Voltou ao Chocolatão, o primeiro lugar em que havia atuado no serviço público, em 2012. E ficou lá até a aposentadoria em 2014. “Terminei minha carreira no mesmo local que me acolheu como servidora pública”, comenta.

Na época, Marilene já tinha tempo passado para se aposentar. Inquieta, temia as agruras do ócio, por isso ainda atuou por mais algum tempo. “Não me imaginava fazendo tricô em casa, precisava de algo mais para pensar”, brinca. Mas o convite de um filho para ser sócia em um criatório de cavalos crioulos e a chegada da netinha Valentina foram o empurrão para o descanso merecido.

Descanso? “Virei caminhoneira! Ia de Porto Alegre para Esteio comprar ração para os cavalos e, de lá, até Lages (SC) onde fica o sítio”. O lazer proporcionado pela lida com a criação, a presença da neta e as atividades sindicais na Delegacia Sindical de Porto Alegre, que assumiu nas gestões de Edison de Souza Vieira, e Marco Aurélio Baumgarten de Azevedo, tornaram a aposentadoria uma época muito ativa para Marilene.

Marilene é casada até hoje com José Francisco, o rapaz que ia buscá-la na faculdade. Tem dois filhos, Bruno, um brilhante advogado tributarista, e Fabiano, servidor da Justiça do Trabalho. Fabiano também é pai da Valentina e sócio de Marilene na criação de cavalos. Tem orgulho dos amigos e colegas que conquistou nesta longa jornada.

“Faria tudo novamente”, conta Marilene que, apesar de dizer que teve uma “vida comum e corriqueira” considera-se uma batalhadora e vitoriosa. “Temos que correr atrás dos nossos objetivos, e superar os obstáculos com determinação. Assim vivi até aqui e não me arrependo de nenhum passo”.

Através da história da Marilene, a Delegacia Sindical do Sindifisco Nacional de Porto Alegre homenageia todas as Auditoras Fiscais da RFB no seu dia. Parabéns a todas pelo Dia Internacional da Mulher!

 

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