Ingresso de dólares supera resultado de 1992 e apresenta entrada de US$ 37,3 bilhões líquidos Brasília - O ingresso de capital estrangeiro no Brasil chegou a 37,3 bilhões de dólares líquidos em 2006, superando o recorde de 1992 (20,7 bilhões de dólares). Só em recursos vinculados a operações de comércio exterior, o país registrou a entrada de 57,6 bilhões de dólares, em termos líquidos. A performance positiva, porém, foi afetada pelo desempenho negativo verificado em dezembro. O fluxo de moeda estrangeira atingiu 3,4 bilhões de dólares no período, o pior resultado desde janeiro de 1999 (8,5 bilhões de dólares). Mesmo assim, a taxa de câmbio apurou valorização de 1,8%, fato que, segundo analistas, ocorreu devido a algum movimento especulativo nos mercados de derivativos. As transações feitas no segmento financeiro do mercado de câmbio acabaram compensando a movimentação do capital externo em 2006. No segmento que contabiliza pagamento de empréstimos e remessas de lucros, as saídas ultrapassaram os ingressos de moeda estrangeira em 20,3 bilhões de dólares. Ainda assim, esse foi o melhor registro desde 2000 (6,3 bilhões de dólares em fluxo financeiro). O dado negativo se deveu às compras de 12,3 bilhões de dólares feitas pelo Tesouro Nacional, aos 15,3 bilhões de dólares em remessas de lucros e dividendos e à expansão dos investimentos brasileiros no exterior. O Banco Central (BC) também aproveitou a oferta de dinheiro do ano passado e comprou quase 35 bilhões de dólares no mercado, contribuindo para que as reservas internacionais atingissem o recorde de 85,8 bilhões de dólares. Especialistas avaliaram que o BC conseguiu evitar uma valorização mais forte do real com essas intervenções. Mas a postura do BC não impediu que a moeda tivesse valorização de 8,6% em 2006. Para este ano, o mercado prevê novo cenário de farta liquidez.