Auditores discutem amanhã estratégias contra a fusão

15 Jan 2007
Representantes de várias Delegacias Sindicais do país reúnem-se amanhã (16/1), em São Paulo, para traçar estratégias políticas a serem implementadas no trabalho parlamentar e no processo de discussão com o governo sobre o projeto de Fusão dos Fiscos. O objetivo é moldar as ações do Unafisco à nova conjuntura política que estará posta a partir de fevereiro. O presidente da República foi reeleito, mas a composição do Congresso Nacional mudou e mudará também o comando em vários ministérios.Com a nova correlação de forças, as regras do jogo podem ser favoráveis aos auditores-fiscais. Mesmo com a mudança de cenário, tudo indica que o governo, autor da proposta de fusão, continuará com maioria na Câmara. Isso, porém, não significa unanimidade dentro da base governista, o que abre a possibilidade de que as divergências sobre a fusão no bloco de apoio reforcem as chances de ampliar o debate acerca do assunto. Afora isso, os deputados de oposição também podem fazer coro às reivindicações dos auditores. É importante reforçar que as ações estratégicas dos colegas do trabalho parlamentar foram responsáveis, em grande parte, por impedir até o momento a concretização da idéia governista de fundir os fiscos. Para quem não lembra, faz justamente um ano que o projeto da fusão já trancava a pauta da Câmara, o que era motivo para o governo pressionar fortemente os deputados a votar pela aprovação. À época, a Câmara foi convocada em caráter extraordinário para votar as propostas de interesse do governo. Apesar da insistência dos auditores em pontuar os itens nocivos do projeto, ele foi aprovado. Ainda assim, o Unafisco conseguiu negociar vários destaques votados posteriormente. Em seguida, a proposta de fusão seguiu para o Senado, onde ficou até o final do ano passado. O trabalho do Sindicato foi muito importante também para que o Senado fizesse várias audiências públicas para debater a proposta. O projeto voltou recentemente à Câmara dos Deputados por conta das mudanças feitas pelos senadores, sobretudo na Comissão de Assuntos Econômicos. Agora, ele espera nova apreciação dos deputados. Todo esse vaivém abriu margem para intensificar o debate e representou uma vitória dos auditores sobre o governo, que desejava ver o projeto aprovado há um ano. Embora o trabalho parlamentar seja apenas um viés no emaranhado de estratégias do Sindicato para evitar a fusão, esse trabalho é de importância estratégia. E o atual momento exige o seu reforço. Para seguir à sanção presidencial, o projeto precisa tão-somente da maioria simples da Câmara. Daí a necessidade urgente de que os colegas intensifiquem o trabalho nas bases e em Brasília, a fim de mostrar aos deputados o quanto esse projeto é prejudicial ao Brasil.