Em encontro com 132 prefeitos da base aliada para apresentar as linhas preliminares do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as medidas a serem lançadas pelo governo na manhã de segunda-feira representam um projeto para os próximos quatro anos. - Não quero que seja mais um programa que o governo anuncia, mas termina o mandato e as ações não vêm. Quero anunciar o que realmente vamos cumprir - disse. O presidente comentou que não daria mais informações porque no fim de semana terminará de analisar as medidas para conferir detalhes sobre o que será anunciado. Aos prefeitos, assegurou que projetos nas áreas de saneamento e habitação terão "grande força" nas ações do PAC. Lula disse que decidiu lançar somente agora medidas que aceleram o crescimento porque conseguiu "criar condições e robustez na economia". Ontem também, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou na reunião do Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, que o PAC terá duas medidas provisórias - uma para semicondutores e outra para TV Digital. Sem detalhar o conteúdo, disse que a MP da TV Digital abrangerá toda a cadeia de produção. O pacote detalha investimentos públicos e cortes de tributos em setores estratégicos para destravar a economia e incentivar o crescimento. As medidas são aguardadas com expectativa por setores exportadores, como calçados, móveis e têxteis. A proposta do governo seria reduzir os prejuízos causados pelo câmbio. Frases Heitor Klein diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) "Esperamos medidas compensatórias, como o ressarcimento de impostos que compensem o ônus da carga tributária." Cezar Müller, presidente da Associação das Indústrias de Curtume do RS (AICSul) "Precisamos de uma fórmula que possa desonerar as exportações, com isenção do ICMS na compra de matérias-primas."