Servidores federais não descartam greve contra PAC

24 Jan 2007
Os servidores federais não descartam a possibilidade de entrar em greve contra a medida do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - anunciado na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que limita em 1,5% ao ano (descontada a inflação) o reajuste aos funcionários da União até 2016. Segundo o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), José Milton Costa, a categoria espera que o governo recue e entre em negociação com os servidores, que exigem reajustes maiores devido às perdas salariais ocorridas nos governos anteriores. "Com essa proposta, o governo quer sepultar todas as perdas de outros governos. Com o congelamento de salários, elas foram se acumulando. O Estado deve aos servidores", declarou Costa. Segundo ele, o governo Lula se comprometeu a elaborar um plano de carreira e dar gratificações aos servidores. "Essa proposta impede que esses compromissos sejam cumpridos. O PAC significa um achatamento salarial durante dez anos", declara. Costa diz esperar uma negociação para a criação de uma política salarial mais bem definida. "Não dá para concordar com uma proposta que vai prejudicar 1 milhão de servidores", afirma. Ele endossa que, caso o governo não aceite abrir negociação, haverá discussões entre a categoria sobre a possibilidade de greve, que não está descartada. De acordo com Costa, uma das propostas que já foram apresentadas ao governo pelo Condsef e que serão endossadas durante possíveis mesas de negociações é a diminuição das atuais 22 tabelas salariais dos servidores públicos federais para apenas três, envolvendo os níveis fundamental, médio e superior.