Yeda faz 1ª queixa forte em Brasília

30 Jan 2007
Acesso à CPMF e maior participação na Cide foram tema de consenso na reunião entre governadoresA governadora Yeda Crusius defendeu, ontem, como principais reivindicações ao presidente Lula, a revisão da dívida com a União e a repartição de todas as contribuições que, atualmente, são utilizadas, em grande parte, pelo governo federal. Durante encontro de governadores, em Brasília, para preparar pauta da reunião com o presidente, dia 6 de março, Yeda fez queixas sugerindo que a dívida seja alongada, sem desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Propôs maior limite de endividamento aos estados para que possam investir e a redução dos juros pagos no serviço da dívida. ´Estamos impossibilitados de ter acesso a financiamentos internacionais porque alcançamos o limite máximo de endividamento. O governo deveria abrir exceção para que tenhamos mais recursos´, argumentou a tucana.Sobre as contribuições, os governadores chegaram a consenso: querem ter acesso à CPMF e maior participação na Cide. ´A CPMF veio para ficar e o governo federal sabe disso. Portanto, ela deve deixar de ser considerada contribuição, passando à distribuição como imposto, da mesma forma que o Imposto de Renda´, exemplificou. Quanto à Cide, a tucana salientou que atualmente os estados recebem 29% do que é arrecadado, mas acabam repassando 25% aos municípios. A governadora sugeriu que os recursos sejam transferidos integralmente aos estados, juntamente com a competência para administrar as rodovias federais. ´Não é preciso que esse dinheiro faça passeio por Brasília. Grande parte da malha rodoviária encontra-se mal conservada, acarretando a necessidade de intervenções que levem em conta a realidade local´, avaliou a governadora. Segundo Yeda, com mais autonomia financeira os estados poderão elaborar as suas escalas de projetos prioritários, ao invés de ficarem dependendo do governo federal. Yeda criticou a perda de espaço das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo ela, as políticas do governo Lula se voltaram ao Norte e ao Nordeste, impedindo maior investimento da União nas demais regiões. ´Precisamos de fundos para desenvolvimento. A Sudam e a Sudene foram recriadas, mas não há mecanismos semelhantes no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste. O governo optou por incrementar o Bolsa Família e não investir em infra-estrutura´, reclamou. Depois do encontro no Palácio de Águas Claras, sede do governo do Distrito Federal, os representantes dos estados se reuniram com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para debater as sugestões apresentadas.