Marinho diz que aceita negociar fundo do FGTS
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, aceita mudar as regras do fundo de investimentos em infra-estrutura com recursos do FGTS para permitir que o trabalhador coloque parte de seu dinheiro em ações.Essa condição foi imposta pela Força Sindical e a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) para que as centrais sindicais retirem a ação que movem no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a criação do fundo e o uso do dinheiro do FGTS e apóiem a tramitação da proposta no Congresso Nacional."Se houver entendimento entre eles [as centrais sindicais], topo levar a proposta para o governo e defender que caminhe de acordo com isso. Estou aberto à discussão. O entendimento entre elas [centrais sindicais] facilita a tramitação no Congresso", explicou o ministro, que, pessoalmente, diz ser contrário à aplicação em Bolsa de Valores.A dificuldade para o acordo é a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que não concorda com o uso de recursos do FGTS em ações. A central, no entanto, vai negociar com os outros sindicalistas em reunião ainda nesta semana.Já a Força Sindical propõe que, além do percentual de 10% já autorizado para investimento em infra-estrutura, os trabalhadores possam colocar mais 10% dos recursos de suas contas individuais em ações negociadas na Bolsa de Valores."Se houver entendimento, podemos retirar as ações [no STF]. Se o governo libera 20% para o trabalhador investir, entendemos que isso compensa o risco que haverá no fundo de infra-estrutura", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, ligado à Força Sindical.O fundo do FGTS para investimento em infra-estrutura integra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).A proposta destina R$ 5 bilhões do patrimônio do FGTS para investimentos em infra-estrutura, mas transformou-se na medida mais polêmica do programa do governo.Além de enfrentar a resistência de parte das centrais, também é malvista pelos partidos de esquerda no Congresso. Se a negociação com os sindicalistas não avançar, Marinho deixou claro que o governo vai defender a medida no Congresso pois "tem de negociar com quem aprova as medidas".A Força e a CGT eram contra o fundo criado pelo PAC porque não há garantia de que o retorno desses investimentos será positivo. Essa questão continua sem solução, já que Marinho explicou que o fundo de investimento é legalmente impedido de dar garantia de rentabilidade a seus cotistas.