Policiais federais em greve no RS

16 Fev 2007
Presidente da Fenapef disse que categoria ameaça decretar paralisação geral em março no paísOs 700 policiais federais gaúchos decretaram ontem estado de greve pelo não-cumprimento do acordo referente ao pagamento da segunda parcela de reposição salarial e contra o anteprojeto de lei orgânica da Polícia Federal. A decisão foi tomada durante ato na entrada da Superintendência Regional da PF, na avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Presente na manifestação, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e dirigente do Sindicato dos Policiais Federais do RS, Marcos Vinício Wink, alertou que a greve geral de toda a categoria no país, com cerca de 12 mil servidores, será deflagrada em março caso fracassem as negociações durante o mês de fevereiro em Brasília. Mobilizações semelhantes ocorreram ontem em todos os estados.Marcos Vinício Wink explicou que o ministro da Justiça, Thomaz Bastos, havia prometido há um ano, por escrito, o pagamento de uma reposição salarial em duas parcelas de 30% cada, sendo que apenas uma foi efetuada em 2006. ´Muitos colegas receberam, na verdade, um percentual menor em até 5%, porque o governo retirou as gratificações´, relatou o dirigente.O presidente da Fenapef acrescentou que a quitação da segunda parcela está sendo condicionada agora pelo governo ao anteprojeto de lei orgância da Polícia Federal, que está sendo repudiado pela categoria. ´A proposta acaba com os cargos de escrivão e papiloscospista, colocando servidores em disponibilidade e muitos com risco de exoneração´, alertou o presidente. Wink lembrou ainda que a mobilização visa enquadrar os policiais federais no nível superior em vez do atual nível médio, conforme determina a lei 9266/96, que exige o terceiro grau de escolaridade para exercer a função. ´Acredito que há retaliação pelo trabalho desenvolvido pela PF nos governos FHC e Lula´, concluiu.