Sul cria frente para pressionar Lula
Secretários de Planejamento e Gestão e da Infra-Estrutura e Logística estiveram ontem no Paraná tratando das demandas comuns a serem apresentadas pela região em troca de apoio ao PAC LEANDRO FONTOURA Com o objetivo de alinhar os três Estados do Sul em nome do desenvolvimento da região, a governadora Yeda Crusius negocia uma posição conjunta com os colegas de Santa Catarina e Paraná a ser apresentada ao governo federal em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encontro com os 27 governadores na terça-feira em Brasília para discutir o plano. Ontem, os secretários de Planejamento e Gestão, Ariosto Culau, e da Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, estiveram em Curitiba, em uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. No encontro, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) apresentaram os investimentos do PAC para o Sul. Os secretários gaúchos aproveitaram a oportunidade para ressaltar projetos não incluídos no PAC, como a duplicação da BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas, o asfaltamento da BR-101 no trecho de São José do Norte, a ampliação do trensurb até Novo Hamburgo e a linha 2 do metrô na Capital. Hoje, Ariosto e Andrade vão fazer um relato da reunião a Yeda. Nos próximos dias, a governadora deve procurar os colegas Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) para definir uma posição conjunta. - Vamos analisar e verificar as demandas da região - disse Yeda. Os 27 governadores já encaminharam ao governo reivindicaçõesque incluem maior participação na distribuição da Cide (contribuição sobre combustíveis para financiar obras em estradas), a constituição de um fundo com garantias para perdas da Lei Kandir e a renegociação das dívidas estaduais com a União. Na terça-feira, o Rio Grande do Sul deve também apresentar pleitos próprios. Yeda informou que deverá sugerir ao Planalto a revisão do cálculo usado para definir os limites de gastos com funcionalismo (o Estado gasta 73% da receita). O teto para despesas com pessoal (60% da receita) está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal e é uma referência para os Tribunais de Contas dos Estados na hora de avaliar a situação das administrações públicas. ( leandro.fontoura@zerohora.com.br )