Semana da Mulher tem discussão sobre a saúde
A atuação das mulheres na sociedade contemporânea e a questão de gênero nas políticas públicas de saúde foram os temas centrais do encontro realizado ontem dentro da programação da Semana da Mulher, no auditório da Escola de Saúde Pública (ESP). O evento, que reúne atividades até sexta-feira, é promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, pela ESP e pelo Departamento de Ações em Saúde.A coordenadora do Escritório da Unesco no RS, Alessandra Schneider, destacou alguns objetivos de desenvolvimento do milênio sancionados por 189 países na Cúpula do Milênio das Nações Unidas, em 2000. A meta que prevê educação básica de qualidade para todos, segundo Alessandra, está próxima de ser alcançada pelo Brasil, que registra 98% de matrículas de crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.Outra meta traçada foi a igualdade e valorização da mulher, com ênfase para o fim da disparidade entre os sexos nos ensinos fundamental e médio. Alessandra destacou que, no Brasil, o número de mulheres no Ensino Médio supera em 25% o de homens. Salientou, porém, que os obstáculos estão além da educação formal. ´A maioria opta por profissões relacionadas à educação e à saúde, enquanto os homens se concentram em áreas como a das ciências exatas, com maior reconhecimento social.´ Outros problemas enfrentados são a dificuldade de inserção no mercado e os salários mais baixos em relação aos homens.A diretora da ESP, Sandra Regina Martini Vial, afirmou que as políticas públicas de saúde devem ter a mulher como prioridade. ´A mulher, além de continuar sendo a figura central da família, muitas vezes é reponsável pela parte econômica. Isso pode abalar sua saúde física e mental.´ Conforme Regina, é comum as mulheres esconderem problemas de saúde com medo de comprometer a harmonia familiar. A programação prossegue hoje, às 8n30min, no auditório da ESP (Ipiranga, 6311).