Previdência pode eliminar o déficit

09 Mar 2007
O déficit da Previdência, que hoje é de cerca de R$ 4 bilhões, pode ser zerado dentro de um prazo de quatro anos. A garantia foi dada ontem, em Porto Alegre, pelo ministro da Previdência Social, Nelson Machado. Ele esteve na Capital para participar da abertura da 21ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Dirigentes de Regimes Próprios de Previdência Social (Conaprev), realizada no Novotel. ´A redução do déficit é perfeitamente possível por meio da aplicação de medidas de gestão aliadas a planejamento´, disse. Na sua avaliação, os R$ 4 bilhões, correspondentes ao déficit do regime contributivo urbano, podem ser zerados no curto prazo. ´Ou seja, em cerca de quatro anos. Mas precisamos olhar para daqui a 20 ou 30 anos quando, provavelmente, teremos uma população envelhecida e em declínio´, salientou Machado. Ao tratar sobre as medidas de gestão necessárias, o ministro destacou as já adotadas como forma de garantir o acesso aos direitos previdenciários e aquelas cuja finalidade é o combate à fraude. Sobre a garantia de direitos, Machado apresentou números que indicam a redução das filas de atendimento nos postos do INSS. De acordo com os dados do ministério, o número médio de pessoas nas filas, que em dezembro de 2005 era de 80, caiu para 20 em dezembro do ano passado. ´Também instituímos o número 135, que possibilitou maior garantia de acesso´, destacou. Para exemplificar o combate à fraude, o ministro citou o censo previdenciário, os levantamentos feitos sobre o pagamento de benefícios e a substituição de peritos terceirizados por profissionais contratados. Ele apresentou dados sobre a concessão do auxílio-doença como exemplo. Mostram que o custo total do benefício já apresentou queda, passando de R$ 13,1 bilhões em 2005 para R$ 12,3 bilhões em 2006. ´Mesmo assim, constatamos que mais de 50% desses benefícios, pagos em 2006, são superiores ao último salário recebido pelo beneficiário. Ou seja, ele ganha mais doente do que trabalhando.´ Segundo o ministro, com a conclusão do censo, 1% dos 17 milhões de beneficiários da Previdência terão a suspensão imediata de seus pagamentos.