´Xerife´ comanda a Receita há 15 anos

12 Mar 2007
Superintendente Luiz Jair Cardoso terá novos desafios a partir da unificação com a Previdência SocialJair Cardoso é uma espécie de fenômeno raro em cargos públicos Heron Vidal Uma terceira grande transformação chega à vida profissional de Luiz Jair Cardoso, nos seus 15 anos como superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul, completados no último dia 19 de fevereiro: a unificação da Receita Federal com a Receita Previdenciária. A sua responsabilidade terá uma nova dimensão. Além de responder pela tradicional arrecadação dos Impostos de Renda, de Importação, sobre Produtos Industrializados, sobre Operações Financeiras, PIS, Cofins, CPMF e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que somaram R$ 17,5 bilhões em 2006, Cardoso terá gestão sobre mais R$ 7,5 bilhões, a receita previdenciária do ano passado no RS. Como já está aprovado o projeto de lei da unificação, faltando só a sanção presidencial, o superintendente terá sob a sua administração valores de repasse à União de, no mínimo, R$ 25 bilhões ao ano. Formado técnico em Contabilidade pela Escola Técnica da Ufrgs, em Ciências Jurídicas e Sociais pela mesma universidade e bacharel em Ciências Contábeis, pela Faculdade São Judas Tadeu, Cardoso assistiu a primeira transformação em 1978. Foi o ano da inauguração do edifício sede da Receita, o Chocolatão, localizado na avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre. Ainda 1978 ele foi nomeado, após ter feito concurso dois anos antes. Depois, a segunda mudança revolucionária foi a das comunicações digitais. ´Em 1992, quando assumi a superintendência, começou a entrega da declaração do Imposto de Renda pela Internet e por disquetes´, recorda Luiz Cardoso. ´Milhares de máquinas de escrever e calculadoras, até então matéria-prima do nosso trabalho, foram substituídas e nunca mais voltarão´, acrescenta ele. Muitas outras coisas, afirma o superintendente Cardoso, aconteceram no sentido da modernidade. Por exemplo, a Receita criou três portos secos. Esses portos, instalados em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Caxias do Sul, foram sediados junto às áreas de concentração industrial e comercial para facilitar as operações das empresas. Ocorreram também adequações decorrentes dos acordos firmados no Mercosul, envolvendo unidades do órgão na fronteira, como Uruguaiana, Jaguarão e Livramento. Hoje, Jair Cardoso comanda 1,5 mil funcionários no RS, distribuídos entre 57 unidades: 35 agências, 12 delegacias, uma alfândega do Aeroporto Internacional Salgado Filho, uma aduana em Porto Alegre e oito inspetorias.