Déficit da Previdência cai 13% no bimestre

21 Mar 2007
Brasília – Na véspera da segunda reunião do Fórum da Previdência, o governo divulgou ontem a informação de que as contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fecharam o primeiro bimestre deste ano com um déficit de R$ 6,5 bilhões, redução de 13% sobre os dois primeiros meses de 2006. Foi o menor resultado negativo para o período desde 2004. A última vez em o déficit tinha caído nos dois primeiros meses do ano foi entre os anos de 2000 e 2001. A redução no pagamento de sentenças judiciais foi decisiva para a redução do déficit previdenciário no bimestre. Em fevereiro, entretanto, o déficit do INSS fechou em R$ 2,79 bilhões, apresentando crescimento real (acima da inflação medida pelo INPC) de 11,1% em comparação com fevereiro de 2006. Em relação ao resultado negativo de R$ 3,71 bilhões de janeiro deste ano, o rombo em fevereiro teve queda real de 24,7%. De acordo com os dados divulgados ontem, a arrecadação líquida da Previdência no primeiro bimestre foi de R$ 19,95 bilhões, com alta de 10,3%, e despesa chegou a R$ 26,46 bilhões, aumentando 3,3%. De janeiro para fevereiro, a arrecadação subiu de R$ 9,51 bilhões para R$ 10,43 bilhões e as despesas permaneceram em R$ 13,2 bilhões. O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer admitiu, no entanto, que, a partir de maio, as despesas com o pagamento de benefícios vão subir para o patamar de R$ 14 bilhões mensais, devido ao reajuste para R$ 380,00 do salário mínimo em abril. Ele destacou, porém, que os gastos com o pagamento de sentenças judiciais, que saltaram no ano passado, devem começar a cair nos próximos anos. “A nossa expectativa é que essas despesas não vão mais fugir do controle nos próximos anos. Os esqueletos já são conhecidos.” O Fórum foi criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir uma proposta de reforma da Previdência. Para o Ministério da Previdência, a redução do saldo negativo no bimestre reforça a sua posição de que as contas do INSS podem ser controladas nos próximos anos apenas com medidas de gestão, sem a necessidade de uma reforma do sistema. (AE)