Previdência está à espera de ajuste

30 Mar 2007
O presidente Lula deu posse ontem ao ministro da Previdência, Luiz Marinho, dizendo que a sua responsabilidade é ´consertar, sem jogar no colo dos pobres´ a responsabilidade de um déficit de R$ 47 bilhões. Declarou que o governo não vai retirar do bolo previdenciário os programas sociais de atendimento a idosos e deficientes. Após a cerimônia, o novo ministro destacou que a reforma do setor será discutida olhando para o futuro e não para o momento. Segundo ele, a proposta deverá sair ainda este ano do Fórum Nacional da Previdência Social, que reúne governo, trabalhadores e empregadores. Marinho garantiu que as novas regras não atingirão os trabalhadores em atividade, especialmente os que estão perto de se aposentar. O objetivo é preservar o direito adquirido. ´Queremos fortalecer uma política para o futuro, para que nossos filhos e netos tenham cobertura previdenciária.´Cotado como candidato do PT à Prefeitura de São Bernardo do Campo, o ministro disse que não teme o desgaste de medidas impopulares da reforma. Antecipou que seu maior desafio será incluir 30 milhões de trabalhadores informais no regime previdenciário. O presidente Lula destacou a sua gestão à frente do Trabalho. ´A capacidade de negociação do Marinho garantiu que tivéssemos o salário mínimo de hoje, permitiu avaliarmos a alíquota do Imposto de Renda e estabelecermos mais recursos para obras de infra-estrutura.´ Lula admitiu que teve dificuldades para escolher o titular da Previdência. Pensou até em Dilma Rousseff, mas considerou que ela ´briga demais´. Cogitou também Carlos Lupi (PDT), que foi para o Trabalho. Desistiu ao avaliar que ele teria dificuldades. ´Era muito complicado colocar um companheiro para fazer determinada política que para o seu partido é quase uma política de fé´, argumentou.