Campanha salarial: servidores se mobilizam e governo desrespeita processo de negociação
Os funcionários do Banco Central deram início ontem a uma greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam a equiparação dos salários dos analistas e técnicos da instituição aos vencimentos dos AFRFs. Também os policiais federais estão em estado de greve e haviam anunciado uma paralisação de 24 horas para o próximo dia 18 de abril, mas a postura do governo nas negociações pode levar a uma greve por mais tempo.
Segundo foi noticiado pela imprensa, estava previsto que os dirigentes das entidades que representam a PF se reuniriam com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O encontro deveria ter ocorrido na última terça. Foi adiado para a quarta, dia 11. Mas o preposto do ministro Paulo Bernardo (Planejamento) não apareceu. “Marcaram para as 14h30. Chegamos ao ministério às 14h15, somos disciplinados. Entramos na sala de reuniões. Aguardamos até as 16h15. Fomos desrespeitados”, disse Marcos Wink ao blog do colunista Josias de Souza.
O aumento de 30% reivindicado pela PF integra um contencioso que vem do ano passado. Em compromisso escrito, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) prometera a delegados, agentes e demais funcionários do DPF (Departamento da Polícia Federal) um reajuste de 60%. Seria concedido em duas parcelas, ainda em 2006. A primeira, de 30%, foi incorporada aos contracheques. Porém, a segunda, que deveria ser liberada em dezembro de 2006, não veio.
A dificuldade das categorias em dialogar com o governo sobre suas reivindicações demonstra que essas contam apenas com a sua capacidade de mobilização para se fazer ouvir. Nada é conseguido sem muita disposição para a luta, mesmo em casos como o da PF, em que o compromisso do reajuste estava garantido em acordo anterior.
Nossa Campanha– No próximo CDS, a ser realizado em São Paulo nos dias 23 e 24 de abril, será debatida a nossa campanha salarial. Devemos trabalhar com a mesma perspectiva que norteou a campanha do ano passado, ou seja, a valorização do AFRF e o estabelecimento de um patamar de remuneração condizente com os resultados do nosso trabalho, tendo como pleito a tabela salarial prevista em nosso plano de carreira.
É hora de começarmos a discutir a questão em nossos locais de trabalho, conversar com os administradores e debater pautas e ações a serem propostas ao CDS.