Confirmado plano para aliviar setores

17 Abr 2007
Diminuir a carga de impostos trabalhistas que os empresários precisam pagar é uma prioridade para o governo, de acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao falar a uma platéia de cerca de 300 pessoas em evento realizado pela Câmara Brasileira-Americana de Comércio em Nova York, Mantega explicou que, agora, o Brasil está tendo de enfrentar os desafios de ser um país estável. - Porque o crescimento também traz problemas, e um deles é o câmbio valorizado. Os setores exportadores reclamam, mas isso seria inevitável com o atual dinamismo das contas externas (superávit comercial e em conta corrente), a queda do risco-país e as reformas realizadas. É claro que a taxa de juros também influencia - disse. A desoneração da folha de pagamentos, afirmou Mantega, ajudaria a reduzir os custos dos empresários, o que poderia favorecer a competitividade das indústrias brasileiras no comércio internacional: - Essa é uma maneira de compensar a valorização do real. A medida beneficiaria mais os setores com elevado uso de mão-de-obra, como o têxtil, o de calçados e o de móveis - os que têm sofrido com a concorrência chinesa e coreana. - Não é uma coisa fácil de fazer. Por exemplo, cortar em um ponto percentual a contribuição à Previdência significaria R$ 3,5 bilhões a menos. Temos de estudar muito bem de onde tirar e onde colocar, não podemos simplesmente abrir mão desse imposto - afirmou o ministro, esclarecendo que o objetivo é não ter perda de arrecadação. Mantega fez questão de ressaltar, no entanto, que a valorização do real ante o dólar "não é tão dramática quanto aparece na imprensa". - Comparando a oscilação da moeda brasileira com as divisas dos países que são nossos principais parceiros comerciais, vemos que não houve grande mudança - afirmou.