Carga tributária e burocracia, os vilões

20 Abr 2007
São Paulo - A elevada carga tributária e o excesso de burocracia foram apontados por especialistas e empresários brasileiros como os principais fatores de inibição e desestímulo da atividade empreendedora no País. Segundo estudo elaborado pelo Global Entrepreurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo em 42 países, as dificuldades vão desde obter informações sobre legislação e políticas públicas até o acesso ao crédito para investimentos. As políticas governamentais representam 26,7% das queixas, enquanto a ausência de apoio financeiro pelo governo e entidades financeiras responde por 23,8%. A pesquisa mostrou ainda que o Brasil caiu para décima posição no ranking dos países mais empreendedores. Nos últimos 42 meses, 11,7% da população economicamente ativa (13,7 milhões) abriram um negócio próprio. A queda no ranking ocorreu, de acordo com o GEM, em decorrência da entrada no cálculo de novos países com índices superiores ao brasileiro. Entre as nações mais empreendedoras estão o Peru (40,1%), Colômbia (22,4%), Filipinas (20,4%) e Jamaica (20,3%). A Bélgica e o Japão aparecem nas últimas posições, com taxas de empreendedores iniciais em 2,7% e 2,9%, respectivamente. Já a taxa de empreendedores estabelecidos no Brasil, com mais de três anos e meio de existência, passou de 10,1% em 2005 para 12,9% (14,2 milhões) em 2006, o que mantém o País na quinta colocação. Embora não haja mudança significativa, os dados revelam que pela primeira vez registrou-se um número de empreendedores brasileiros estabelecidos maior do que os em estágio inicial. Nesta categoria lideram a Filipinas (19,7%), Tailândia (17,4%) e o Peru (12,3%). "A pesquisa é uma bela fotografia do momento brasileiro. Sugere um ambiente mais propício ao negócio próprio. A essa tendência se somará a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas" ressalta Paulo Okamotto, presidente do Sebrae Nacional.