Déficit da Previdência em março cresce 73%

26 Abr 2007
A Previdência Social registrou em março um déficit de R$ 4,6 bilhões, o que representa um crescimento de 73,8% em relação a março do ano passado, quando o déficit ficou em R$ 2,6 bilhões. A maior do crescimento foi causado por pagamento de precatórios, concentrados neste mês.

No mês passado, o INSS arrecadou R$ 10,5 bilhões e teve uma despesa de R$ 15,2 bilhões com pagamento de benefícios. O pagamento de sentenças judiciais chegou a R$ 2,1 bilhões, contra R$ 184,8 milhões em fevereiro deste ano.

No acumulado do ano, o déficit das contas do INSS chegou a R$ 11,2 bilhões, aumento de 9,5% em relação ao mesmo período de 2006.

Revisão de redução

Apesar do aumento do déficit em março, o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, anunciou, nesta quarta-feira, a redução na projeção de déficit da pasta este ano - inicialmente previsto para R$ 47,3 bilhões - para R$ 45,8 bilhões. Segundo ele, a revisão da projeção foi possível graças ao aumento da arrecadação, que em março atingiu R$ 10,7 bilhões, praticamente o mesmo patamar de outubro de 2006, mês que normalmente apresenta bons números por já refletir o aumento das contratações para o fim do ano.

“ O aumento do déficit em março ocorreu por conta da concentração de precatórios no mês, o que distorceu os números do mês. ”

O secretário também destacou a estabilidade na concessão de benefícios, provocados sobretudo pelo censo previdenciário e as novas regras do auxílio-doença. Segundo ele, os benefícios cresceram 2,5% em março, contra uma previsão inicial de 3,7%, elevando o número de benefícios para 21,6 milhões.

Segundo Helmut Schwarzer, o aumento do déficit em março ocorreu por conta da concentração de precatórios no mês, o que distorceu os números do mês.

- Se não fosse a concentração de precatórios, provavelmente estaríamos comemorando a queda do déficit no mês de março - disse.

Segundo Helmut Schwarzer, as contas do INSS estão sob controle nos próximos quatro anos, com gastos da ordem de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o longo prazo, no entanto, ele disse que é necessário fazer mudanças devido ao aumento da expectativa de vida da população e da composição das famílias.

- No curto prazo as coisas estão sob controle. No longo prazo, não.