Desemprego sobe para 16,6%, mas criação de empregos formais no trimestre foi recorde

26 Abr 2007
SÃO PAULO - O desemprego total em seis regiões metropolitanas do país abrangidas pela pesquisa da Fundação Seade e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), passou de 15,9% em fevereiro para 16,6% da População Economicamente Ativa (PEA). Fazem parte do estudo as áreas metropolitanas de São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e o Distrito Federal. Em relação a março de 2006, quando a taxa média das regiões foi de 18%, o desemprego caiu.

Em março, a maior taxa de desemprego foi registrada na região metropolitana de Salvador (22,9%) e a menor, em Porto Alegre (12,9%). Em São Paulo, a taxa média de desemprego apurada pela pesquisa foi de 15,9%. O Dieese/Seade pesquisava e divulgava apenas os resultados regionais, mas desde fevereiro, a taxa média das regiões também passou a ser calculada.

“ A pesquisa de geração de emprego formal do Ministério do Trabalho mostra um saldo de 146.141 vagas, o que fez com que o número de novos trabalhadores com carteira assinada chegasse a 399.628 no primeiro trimestre. ”

A pesquisa de março, o contingente de desempregados aumentou em 119 mil relativamente a fevereiro, para 3,171 milhões de pessoas, conseqüência da saída de 61 mil pessoas do mercado de trabalho e eliminação de 181 mil vagas. Ao mesmo tempo, foi apurada uma diminuição no número de ocupados, para 15,913 milhões de pessoas, comportamento considerado típico para o período pelo Seade-Dieese.

A pesquisa de geração de emprego formal do Ministério do Trabalho mostra um saldo de 146.141 vagas, o que fez com que o número de novos trabalhadores com carteira assinada chegasse a 399.628 no primeiro trimestre. Segundo o Ministério do Trabalho, esse é o melhor primeiro trimestre da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que começou a ser feita em 1992. A expectativa do ministro Carlos Lupi é de que o mercado repita, se não conseguir superar, o mesmo resultado de 2004, quando foram criados 1,5 milhão de postos.

- Estamos há três meses consecutivos num crescimento muito consistente - afirmou o ministro.

O cadastro mostrou uma grande recuperação na indústria de transformação, que registrou o melhor resultado para o primeiro trimestre desde 1994, com a criação de 110.448 vagas.

Em março, o setor que mais se destacou foi o de serviços, com 56.527 postos, seguido pela indústria, com 40.538, e o comércio, com 12.868 postos.

Por regiões, o levantamento revelou que houve maior crescimento no Sudeste, com 106.869, seguido pelo Sul, com 33.767. A exceção foi o Nordeste, que cortou 11.831 postos por questões sazonais ligadas ao setor de cana de acúcar. Por estado, São Paulo registrou o maior número de vagas criadas, com 67.223, seguido por Minas Gerais, com 24.043, e Paraná, com 20.090. O Rio criou 4.907 em março.