Disputa pode dar origem a nova central
O envolvimento político das centrais sindicais com o governo Lula favorece o surgimento de uma nova organização no país. Em julho será fundada a União Geral dos Trabalhadores (UGT), criada com a ambição de se tornar a segunda maior entidade sindical brasileira. A nova central nasce da fusão da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), da Social Democracia Sindical (SDS) e da Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). Juntas, as três somam 363 entidades filiadas, conforme registros no Ministério do Trabalho. A elas, irá se unir uma dissidência da Força Sindical. Até mesmo sindicatos ligados à CUT estão sendo convidados a aderir. Além da necessidade de unir forças e conquistar maior poder de persuasão, por trás do nascimento da UGT está o descontentamento de muitos dirigentes sindicais com o uso das entidades para fins políticos. Uma das queixas reside na permanência de Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, à frente da Força Sindical após se eleger deputado federal. - O acúmulo de funções pode prejudicar. Paulinho, agora, está preocupado em colocar gente da Força nas Delegacias Regionais do Trabalho - diz o secretário-executivo da SDS, Miguel Salaberry Filho.