Regulamentação de centrais deve ser definida amanhã

09 Mai 2007
A regulamentação das centrais sindicais, uma das maiores reivindicações de sindicalistas, deve ser definida amanhã em encontro com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O anúncio foi feito pelo secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros, ex-presidente da Força Sindical. O reconhecimento jurídico das centrais, que hoje atuam na informalidade, prevê às entidades poder de negociação com a iniciativa privada e participação em instituições oficiais independentemente da vontade do governo, como comissões parlamentares e câmaras setoriais. Está em jogo também a destinação a essas entidades dos recursos do imposto sindical, recolhido sobre o salários dos trabalhadores. - Não podemos esperar mais para que esse acordo seja fechado. Se não conseguirmos chegar a um consenso, o ministro Carlos Lupi terá de arbitrar - disse Medeiros. Após o acordo, o governo deverá editar uma medida provisória (MP) regulamentando o tema. Medeiros disse também que as centrais voltarão a se reunir com o governo no dia 23. Na ocasião, será discutida a liberação do trabalho no comércio aos domingos. - É impossível proibir o comércio aos domingos. Por isso, a proposta do governo é que o trabalhador, pelo menos, tenha dois dos dias de folga mensal aos domingos - explicou. Medeiros acrescentou que o dia 23 será a última data de discussão sobre esse tema: - Essas conversas já se arrastam há mais de dois anos. Se não conseguirmos tudo com o governo, podemos negociar posteriormente com o Congresso. Quem é Medeiros > Antes de assumir a secretaria de Relações do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical, a segunda maior central sindical do país, com 687 entidades filiadas e alinhada ao PDT e ao PTB. A maior central é a Central Única dos Trabalhadores (CUT), com 1.775 entidades. Com a posse do pedetista Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho, Medeiros e outros representantes da Força Sindical ampliaram seu espaço no governo federal.