Regra para greve gera reação

16 Mai 2007
Entidades sindicais reagiram ontem às declarações do presidente Lula quanto à regulamentação do direito de greve, durante a primeira entrevista cedida à imprensa após a reeleição. Segundo o presidente, não é possível que as categorias façam longas paralisações e ainda sejam pagos os dias não trabalhados. ´Parar 30 dias, 60, 90 dias e receber os dias parados não é greve, é férias e isso não é possível´, disse Lula. No próximo dia 23, trabalhadores de diversas categorias preparam uma paralisação nacional e a manutenção do direito de greve será uma das bandeiras da mobilização.Não são poucos os itens polêmicos que compõem a proposta que pretende regulamentar o direito de greve do funcionalismo público. Entre eles está a fixação de quórum mínimo de dois terços da categoria em assembléia geral para que seja deflagrada greve, a manutenção de 40% dos trabalhadores durante a paralisação, aviso de 48 horas de antecedência do início da greve e, se o serviço prestado for essencial, o comunicado deve vir 72 horas antes. No caso do Cpers/Sindicato, que congrega 87 mil professores, a maior mobilização da categoria foram 22 mil trabalhadores, cerca de 25% do total. ´O que já é muita coisa´, ressaltou a presidente da entidade, Simone Goldschmidt. ´Esta proposta é extremamente autoritária para que não haja mais movimento grevista.´ A maior greve da categoria, de 96 dias, ocorreu durante o governo Pedro Simon. ´Há a Lei de Diretrizes e Bases da Educação determinando que o ano letivo tenha 200 dias e 800 horas. Não deixamos os alunos desamparados e recuperamos os dias parados´, frisou Simone.