Planalto promete não trocar cargo por apoio à CPMF e DRU
S.P. Ao responder sobre a votação no Congresso de temas polêmicos como a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e da CPMF, o imposto sobre o cheque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai aceitar pressão da bancada governista pela nomeação política de cargos. "Não existe votação por nomeação de cargo, quem quiser votar contra, atrás de nomeação de cargo, pode votar contra." Os partidos da coalizão têm ameaçado barrar os projetos de interesse da área econômica governo caso não suas reivindicações por cargos no segundo escalão não sejam atendidas pelo Palácio do Planalto. Mas o objetivo principal do governo, sublinhou Lula, é construir uma coalizão. "Os partidos políticos da base precisam ocupar os cargos que podem ocupar, mas não pode ser essa a condição sine qua non para que a gente monte essa coalizão." O recado tem como destinatário o PMDB. Na última quinta-feira, Lula chamou os cinco ministros do partidos para exigir lealdade das bancadas do partido, caso quisessem permanecer no governo de coalizão.Interessado em emplacar o ex-prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, na presidência de Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que "coalizão também é administrativa e implica na participação por meio de cargos". A votação da prorrogação da CPMF também vem sendo acompanhada com lupa pelos governadores. Os chefes dos Executivos estaduais, donos de votos no Congresso que poderão ser decisivos para a aprovação do projeto, estão de olho em parte do tributo federal. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, por exemplo, defende que a CPMF seja vinculada a investimentos na área da saúde feito por Estados. Na entrevista, Lula disse acreditar num consenso. kicker: Os partidos da coalizão ameaçam barrar os projetos de interesse do governo se não receberem cargos no segundo escalão