Lula defende reformas da Previdência, trabalhista e tributária

21 Mai 2007
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou ontem (sexta-feira) a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social em seu segundo mandato para fazer uma defesa enfática da necessidade de realização de novas reformas no país. O presidente mencionou três: a da Previdência, a trabalhista e a tributária. Lula criticou os que temem mudanças nas regras previdenciárias e trabalhistas, comparando-os às pessoas que mudam para uma casa maior e melhor, "mas têm dificuldades porque estão acostumados com o cheiro de mofo e com o banheiro entupido". Lula expressou o desejo de discutir a reforma da Previdência. "Eu tenho clareza de como a coisa funciona. Agora, quero discutir, quero um espaço para discutir. Senão, pagaremos o preço quando a gente estiver velhinho." Dirigindo-se aos integrantes do "Conselhão", afirmou que, quando eles estiverem velhinhos, serão cobrados pelos netos e pelos filhos. "Eles estarão ao nosso lado, reclamando das coisas que eles não têm porque nós não tivemos coragem de fazer. Nós temos que aproveitar o momento político para fazer as coisas." Lula disse ter a noção de que os problemas da Previdência não serão resolvidas de imediato. O que não isenta os atuais governantes da responsabilidade de pensar no futuro. "Qual é a Previdência ou sistema de seguridade social que queremos para daqui a 20, 30 anos? A gente deve fazer o debate com a cabeça muito aberta, sem dogmas, sem medo, sem aquele negócio de que ´isso me prejudica´. Precisamos pensar no que vai ser bom para este país", cobrou. A mesma veemência foi usada em relação à reforma trabalhista. O presidente declarou que não pretende tirar direitos dos trabalhadores, mas afirmou ser impossível que regras adotadas em 1943 não necessitem de mudanças. "O mundo do trabalho mudou, houve uma revolução nas condições de trabalho", ponderou. Ele brincou que os "peões" de hoje fizeram universidade, especialização, estão em outro nível, em condições diferentes das encontradas por ele, Lula, quando era dirigente sindical, nos anos 70. Para Lula, é preciso modernizar as relações trabalhistas para que o mercado de trabalho tenha condições de abrigar milhões de jovens entre 15 e 24 anos que estão querendo trabalhar. "Aí, os companheiros falam: ´Não, não pode ter um contrato especial porque vai precarizar, ele vai ser um trabalhador diferente´. Tudo bem, trabalhador diferente ele já é, quando está na rua, sem trabalhar", ironizou o presidente. Lula defendeu o PAC, dizendo que a meta é chegar ao fim de quatro anos tendo investido R$ 40 bilhões em obras de saneamento nas regiões metropolitanas.