Procuradores são punidos por conselho
O plenário do Conselho Nacional do Ministério Público aprovou penalidades a dois procuradores regionais da República - Luiz Francisco de Souza e Guilherme Schelb - após julgamento de uma representação de Eduardo Jorge, secretário Geral da Presidência durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. A pena para o primeiro é de suspensão de 45 dias. Para o segundo, a penalidade é de censura. Souza foi acusado por Eduardo Jorge de ter usado o cargo para promover "perseguição política". Em nota, Souza diz que irá recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal, alegando que foi "ilícita e injusta". Segundo o procurador, as acusações também já estariam prescritas. Jorge foi investigado por ligações com juiz Lalau Eduardo Jorge se viu envolvido, em 2000, no escândalo de desvio de recursos da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. O episódio indiciou o juiz Nicolau dos Santos Neto - o Lalau - pelo desvio de R$ 169 milhões. Jorge, que recebeu telefonemas de Lalau sobre a obra, teve seu patrimônio auditado pelo MP e teve de se explicar ao Senado. - Temos suspeitas fortes de que o patrimônio do ex-ministro não é condizente com suas receitas - declarou o então procurador-geral Luiz Francisco de Souza, em 2000. O estilo do procurador de Brasília causou polêmica na época. Políticos acusaram Souza de usar a imprensa para fazer acusações sem provas e chegaram a entrar com representação contra ele em conselho do Ministério da Justiça. Eduardo Jorge comentou ontem a decisão do MP: - Foi uma decisão de um órgão do Ministério Público. Isso me conforta e traz esperança na atuação do conselho. E principalmente me exonera.