Um abaixo-assinado subscrito por diversas entidades trabalhistas, e que alerta sobre os riscos da Emenda 3 e apóia o veto do presidente Lula ao texto, será entregue aos parlamentares da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional. Chamado de "Carta de Cuiabá", o documento lembra que a medida permite a contratação de "pessoas jurídicas" como empregados, possibilitando o desrespeito aos direitos conquistados pelo trabalhador.A carta é o resultado de uma audiência pública convocada, no dia 23 de maio, pelos deputados estaduais Chico Galindo (PTB) e Alexandre César (PT), por sugestão Ministério Público do Trabalho e do vereador por Cuiabá, Dilemário Alencar (PSB). A reunião contou com a participação do presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Sebastião Caixeta, e o Coordenador Nacional da CONAFRET – Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho, Rodrigo Carelli. Caixeta lembrou que "a reforma trabalhista não pode ser feita com a retirada dos direitos dos trabalhadores. O debate precisa passar pela classe política em consonância com os direitos do povo". Já o procurador Rodrigo Carelli opina: "se queremos modernizar nossas leis, temos que fazer um estudo sério sobre o que está realmente atrapalhando. A substituição do contrato trabalhista por um contrato civil acarreta imediatamente na perda de todos os direitos trabalhistas". O que se propõe, a seu ver, é um retrocesso que pode trazer efeitos indesejáveis. O deputado Alexandre César denuncia a falta de divulgação dos efeitos da Emenda 3 sobre o trabalhador: "Já há uma decisão prévia de alguns setores da mídia do que é certo e do que é errado e precisamos levar a informação à grande massa”.