Carga tributária e juros emperram empresas nacionais

19 Jun 2007
19/6/2007 O secretário da Receita Jorge Rachid insiste em que a carga tributária de 2006 foi de 37%, menor do que os 37,37% de 2005. Poucos sentem isso, especialmente a classe média assalariada, que não tem como escapar do IRPF, IPTU, IPVA, do ITBI e da CPMF, entre tantos outros impostos, taxas e contribuições. Ao mesmo tempo, o Anuário Gestão Ambiental levou sete meses para ser completado pela Análise Editorial. Tem 70 mil informações colhidas em 412 empresas entre as 500 maiores do Brasil, as quais, juntas, faturam além de R$ 900 bilhões, empregando 1,8 milhão de pessoas. Também foram pesquisados os 13 maiores bancos do País, incluindo-se o Bndes, além de 37 ONGs e 142 representantes do Ministério Público. Das empresas pesquisadas, 71% pertencem aos setores primário e secundário, agricultura e indústria, 255 ao setor de serviços e 4% ao comércio. Os cinco principais entraves apontados e que emperram o crescimento empresarial são, pela ordem: carga tributária, com 93,59% indicações; taxa de juros, com 69,17%; legislação trabalhista, com 59,71%; corrupção, com 53,60%; e a baixa taxa de crescimento da economia/PIB. Como as empresas apontaram mais de um bloqueio aos negócios, a soma dos percentuais passa dos 100%. Foram 62% das Organizações Não-Governamentais, ONGs, que julgaram não-satisfatório o trabalho do setor privado na área ambiental. Enquanto isso, 79% dos procuradores defenderam que a empresa poluidora responda criminalmente, ainda que tenha reparado o dano ambiental que fez. Da mesma forma, 85% dos procuradores consideraram não-satisfatório o trabalho das empresas com relação ao meio ambiente. Das empresas entrevistas pelo Anuário Gestão Ambiental, 44% só estão contratando fornecedores que empregam procedimentos corretos de gestão ambiental, 47% estão utilizando fontes renováveis de energia e 49% pesquisam tecnologias para reduzir as emissões de gás carbônico. São 59% das empresas pesquisadas com programas de plantio de árvores, 61% com metas para reduzir o consumo de água e energia elétrica e 85% delas praticam a coleta seletiva de lixo. Entre os problemas ambientais vividos pelo Brasil estão que 72% das grandes empresas nacionais não têm um projeto para reduzir a emissão de gás carbônico, CO2, causador do efeito estufa, 53% das empresas não estão usando fontes alternativas de energia, 71% das pesquisadas não lançam o passivo ambiental nos balanços que publicam e 85% das empresas não usam papel reciclado. O levantamento não abrange as pequenas e médias empresas do País, deduzindo-se que as grandes corporações, que têm muito a perder, estão investindo mais em pesquisas, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, da Universidade de São Paulo. Então, embora as agruras de corrupção que envolve alguns escalões da República, é fundamental que o presidente Lula, com o suporte do seu imenso capital político obtido nas urnas, trabalhe com vigor junto ao Congresso para tocar as reformas que faltam. Caso contrário, estará perdendo o melhor período dos seus oito anos de governo. Muitos, baseados nas teorias keynesianas, fizeram com que prefeituras, estados e a União fossem amontoando passivos internos e externos. Dizia Franklin D. Roosevelt que "Os impostos são pagos com o suor de cada homem que trabalha. Se eles forem excessivos, ficarão retidos nas fábricas paradas e nas fazendas vendidas para saldar tributos. Também nas hordas de pessoas famintas vagando pelas ruas em busca de empregos em vão."