Serviço público: debates subsidiarão audiência na Câmara

21 Jun 2007
O sindicalista Júlio Turra, da Executiva Nacional da CUT, o diretor da Condsef, Josemilton da Costa, e o AFRF Alberto Amadei, coordenador da Transparência Cearense, debateram ontem, no Auditório do Ministério da Fazenda no Ceará, os desafios imediatos e as perspectivas de mudanças iminentes do serviço público, diante dos encaminhamentos das reformas sindical e trabalhista. Os debates deverão subsidiar as propostas a serem apresentadas ao ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo Silva, que nesta quinta-feira participa de audiência pública que discutirá a regulamentação do direito de greve no serviço público. Os debatedores formaram consenso sobre as ameaças de arrocho salarial que estão postas no horizonte da próxima década, caso seja aprovado como está o PLP 01, do Executivo, que prevê que a folha de pagamento não pode crescer mais de 1,5% ao ano. Júlio Turra deixou claro que “não haverá diálogo sem mobilização para o enfrentamento”, afirmando que tem visto muitas “promessas nas mesas de enrolação”. Josemilton, da Condsef, declarou que os “acordos coletivos não são cumpridos” e a “proposta de lei de greve é do governo, não dos servidores”. Alberto Amadei, da Transparência Cearense, demonstrou “como a criação do Fundo de Pensão para os Servidores da União vai afetar a paridade, as aposentadorias e pensões e a privatização gradativa do sistema como um todo”, prevendo que o “sindicalismo de conciliação e dos conluios em gabinetes, praticado pelos sindicalistas amarelos, cooptados com cargos e miragens, vai liquidar o pouco dos direitos sociais conquistados na Carta de 88”. No evento, os representantes grevistas do Incra e Ibama manifestaram seu repúdio à atitude repressiva do governo e denunciaram o desmonte das instituições, criticando duramente o aumento da remuneração dos cargos de confiança em detrimento da valorização das carreiras.