Lei de greve vai para o Congresso em agosto
Mesmo sem acordo com sindicatos, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo federal encaminhará ao Congresso, em agosto, um projeto regulamentando o direito de greve no serviço público. Segundo Bernardo, os servidores públicos defendem a regulamentação da negociação coletiva, mas não deixam clara a sua intenção em negociar as regras sobre o direito de greve. O ministro informou que os projetos sobre os dois assuntos chegarão ao Congresso, mas não estão condicionados um ao outro. Ao participar ontem de um debate na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, Bernardo enfrentou duras críticas de alguns deputados e recebeu vaias de representantes dos sindicatos de servidores públicos. Para o ministro, houve uma banalização das paralisações que, segundo ele, causam danos irrecuperáveis em alguns setores. - É preciso entender que na iniciativa privada, o dano é para o patrão. No serviço público, é um dano causado à população, sobretudo àqueles menos favorecidos porque dificilmente se encontrará num hospital público um deputado ou um ministro - afirmou. Ministro diz que reajuste salarial este ano é inviável Para o ministro, a greve é uma manifestação limite de confronto no processo de negociação. Ele garantiu que o governo tem sentado à mesa para negociar com todas as categorias, mas tem sido transparente ao dizer que não tem recursos no Orçamento para absorver reajustes salariais este ano. - Estamos negociando reajustes com impacto em 2008, 2009 e 2010. Nossa situação em relação às greves é muito transparente. Não queremos impedir o direito à greve, mas tem que ter os termos e os limites - afirmou Bernando.