Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), isso se deve ao fato de os contribuintes se aposentarem mais tarde a partir da reforma da Previdência feita pela emenda constitucional 20 de 1998. A pesquisadora do Ipea Mônica Mora explicou que o impacto do fator previdenciário é evidente, com uma redução expressiva de aposentadorias ativas por tempo de serviço em faixas etárias mais baixas. Ela notou o grande percentual dos mais idosos que tiveram auxílio-doença. Em 2005, metade dos contribuintes entre 60 e 64 anos receberam esse tipo de benefício. ´Isso reforça a hipótese de que o crescimento do auxílio-doença em parte se deveu à migração de contribuintes com o perfil daqueles que, até 2000, estavam aposentados por tempo de serviço.´ Mônica observou que, entre 2000 e 2005, as aposentadorias por tempo de serviço cresceram 10%; as por idade, 13%; e as aposentadorias por invalidez, 16%. O total de benefícios (auxílio-doença) subiu de 0,17% do PIB em 2000 para 0,48% em 2006. O adiamento da aposentadoria levou ao aumento do universo dos potenciais usuários do benefício e a distorções no mecanismo de cálculo. Mônica citou casos em que o auxílio-doença é maior do que o salário do trabalhador, devido ao cálculo que considera os salários de contribuição desde 1994 e à queda na renda real entre 1995 e 2005. Segundo outro trabalho do Ipea, a renda média em 2004 era de R$ 741,67 e a acumulada desde 1994 para o cálculo do benefício, de R$ 813,72.