Ministro Carlos Lupi anuncia grupo que avalia fim da cobrança do imposto sindical
São Paulo - As categorias com data-base no segundo semestre se preparam para cobrar a sua parte nos ganhos obtidos pelas empresas com a recuperação da atividade da economia. É neste semestre que se concentram as campanhas salariais de mais de 15 milhões de trabalhadores das categorias mais organizadas do país, como metalúrgicos, bancários, eletricitários, químicos e petroleiros.Para os sindicalistas, a expansão da economia, num cenário de inflação baixa, juros em queda e crescimento do emprego, abre espaço para aumentos reais de salários, maior participação nos lucros das empresas e cláusulas sociais. Eles têm pressa em iniciar as negociações e advertem que a greve voltou a ser um instrumento de pressão, num momento em que as indústrias já firmam contratos para o Natal, especialmente com fornecedores no exterior.Na semana passada, representantes dos 250 mil metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Estado de São Paulo entregaram aos patrões as reivindicações da categoria. Segundo o presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP, Valmir Marques, a campanha tem como prioridades o aumento real dos salários, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários e a unificação dos pisos e das datas-base de todos os grupos para setembro, com a implantação de contrato coletivo nacional.Em relação ao fim do imposto sindical, defendido pelas centrais, o Ministério do Trabalho estuda uma nova forma de financiamento dos sindicatos. O ministro Carlos Lupi propõe a negociação do repasse de um percentual dos acordos coletivos para os sindicatos. Segundo a assessoria do ministro, com a criação de um grupo de trabalho para discutir o assunto, foi elaborada uma medida provisória que legaliza e regulamenta as atividades das centrais, bem como sua forma de financiamento. A MP deverá ser enviada ao Congresso, de onde deverá sair ainda esta semana, mas sem tratar do imposto sindical, cujas análises ainda não foram concluídas pelos técnicos do ministério.