Sindicatos são a favor do fim da contribuição
Lideranças sindicais defenderam ontem a proposta do Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, deacabar com a contribuição sindical e criar forma para diminuir a grande quantidade de processos trabalhistas remetida ao Tribunal Superior do Trabalho. ´Queremos desenvolver mecanismo que tire esse imposto sindical do trabalhador. A idéia inicial é que, nos acordos coletivos, seja negociado percentual para o sindicato´, disse Lupi. Para o presidente da Força Sindical do Rio Grande do Sul, Cláudio Janta, a reinvindicação pelo fim do imposto já existia por parte dos órgãos sindicalistas. ´Esse é pedido nosso. O imposto, formalmente denominado de contribuição, não vincula o trabalhador ao sindicato´, destacou. O presidente argumentou que a contribuição negociada proporcionará maior contato do trabalhador com os sindicatos. Para Janta, o atual imposto impede que as representações tenham maior produtividade. ´Vários sindicatos são contra esse imposto porque engessa as entidades´, avaliou o sindicalista. Janta projetou que o Ministério do Trabalho deverá regulamentar o fim da contribuição sindical até o final deste ano. Para o presidente da CUT do Rio Grande do Sul, Celso Woyciechowski, a medida vem ao encontro dos interesses dos sindicatos. ´Esse imposto faz com que as entidades representativas dos trabalhadores estejam à mercê do Estado´, disse. Lembrou que 60% do tributo vai para o sindicato, 20% fica com o governo, 15% é remetido às federações que representam as categorias e 5%, às confederações. ´Os trabalhadores não têm autonomia de decidir para onde esse dinheiro vai´, disse. Woyciechowski afirmou que, desde 1983, a CUT defende o fim da contribuição sindical. ´Quem deve decidir quanto e como pagar é o trabalhador´, avaliou. Ele ressaltou ainda que a alteração irá mobilizar os sindicatos para ações mais transparentes e democráticas.