Audioconferência sobre assédio moral é distribuída em DVD pela DS/Limeira
Com o objetivo de subsidiar os debates em torno do assédio moral, a Delegacia Sindical do Unafisco em Limeira (SP) já está distribuindo as cópias do DVD da audioconferência promovida no final de junho naquela unidade sindical. O DVD tem cerca de 1h45 de duração e reproduz as palestras e os debates realizados no evento, que contou com a participação de representantes da DEN, outras DSs e especialistas no assunto.
O assédio moral, aos poucos, está fazendo parte das discussões entre os trabalhadores que buscam mais informações e meios para se protegerem do assédio promovido em diferentes esferas. No serviço público, a situação não é diferente da verificada em empresas particulares. Por isso, o Unafisco Sindical tem se empenhado em promover o debate do tema, atraindo a atenção dos auditores para a problemática da qual muitos já foram vítimas durante o exercício de suas funções.
Segundo o presidente da DS/Limeira, Roberto de Andrade, a promoção da audioconferência foi um meio de dar mais visibilidade ao tema e, ao mesmo tempo, subsidiar o debate em outras esferas. Para ele, o assunto ainda é pouco abordado por envolver questões delicadas de relacionamento no trabalho, sendo necessário identificar o que está por trás das atitudes de quem promove o assédio moral.
Como parte de suas ações, o Unafisco estabeleceu o dia 15 de maio como o Dia Nacional de Luta contra o Assédio Moral. Em pronunciamento na Câmara Federal, em maio último, o deputado Chico Lopes (PCdoB/CE), autor de projeto de lei no Ceará para conter essa prática, lembrou que “para o Unafisco, um dos piores casos de assédio moral envolveu a conduta do então delegado da Receita Federal em Florianópolis, Janir Cassol, contra dois colegas de trabalho. Cinco anos depois, a Polícia Federal desvenda a fraude que muitos prejuízos causou aos dois auditores vítimas do assédio naquele estado”, discursou o deputado. Para ele, um ambiente de trabalho solidário, fraterno e de progresso para o trabalhador é um sonho a ser perseguido sem trégua. Leia a íntegra do pronunciamento do deputado Chico Lopes anexa ao Boletim.
Identificar para não confundir – Diante das inúmeras práticas de assédio moral relatadas no serviço público e na iniciativa privada, um outro tema começa a preocupar especialistas no assunto: a confusão que transforma tudo em assédio moral. A psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, em seu livro Mal-Estar no Trabalho - Redefinindo o Assédio Moral, lançado em 2001, apontou a necessidade de desfazer a confusão entre o assédio moral e outras situações.
De acordo com ela, assédio moral é mal-intencionado; o objetivo de prejudicar o funcionário é claro: o alvo é o indivíduo. "Não se trata de melhorar a produtividade ou otimizar resultados, mas de se livrar de uma pessoa porque, de maneira ou de outra, ela ´incomoda´", diz Hirigoyen.
A psicóloga Flavia Martinelli explica que há muitas maneiras de praticar o assédio moral, entre os mais típicos ela cita: a exigência de tarefas com prazos humanamente impossíveis, absurdas ou inúteis; escolher a vítima e isolar do grupo; transferir alguém de uma área de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito por idéias ou trabalhos de outros; ignorar ou excluir um funcionário só se dirigindo a ele por intermédio de terceiros; criticar com persistência, espalhar rumores maliciosos e fazer comentários em público sobre a incapacidade do funcionário; invadir a vida privada do funcionário.
Quem é vítima de uma dessas situações deve adotar alguns procedimentos para se proteger. Flavia Martinelli sugere que todas as humilhações sejam anotadas com detalhes (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam a conversa e o que mais você achar relevante), bem como sugere evitar conversar com o agressor sem testemunhas e exigir, por escrito, explicações do ato agressor.