Déficit zero divide economistas
São Paulo - A projeção do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o setor público atingirá déficit nominal zero até 2009 já faz parte de previsões de mercado, mas não é consenso. O especialista em contas públicas do Unibanco, Alexandre Cancherini, defende ser possível o prazo de dois anos para a arrecadação do governo ser suficiente para pagar todas as despesas. A estimativa de Mantega também se mostrou adequada ao economista especializado em contas públicas do Banco Itaú, João Paulo Brunet. Os cálculos da instituição apostam em déficit zero em março de 2009 graças à expectativa de redução da taxa básica de juros (Selic) e da estimativa de um superávit primário de 3,7% do PIB este ano e de 3,65% em 2008. Já a economista de contas públicas da Rosenberg & Associados, Fernanda Feil, diz ser difícil para o país obter esse índice nos próximos anos. A economista do Banco Safra, Veridiana Nogueira, também não crê na projeção do ministro. ´Basta olhar os juros nominais deste ano para saber que é muito difícil atingir a marca.´ Segundo ela, embora a queda da Selic ajude a reduzir juros, o BC tem obtido resultados menos satisfatórios com swaps cambiais.