Operação apreendeu R$ 3 mi em produtos
por MARCELO FRAZÃO A Polícia Federal estima ter apreendido ontem no Camelódromo cerca de R$ 3 milhões em mercadorias como CDs, DVDs e produtos eletrônicos. A Operação Capitão Gancho 2, realizada apenas em Londrina, é conseqüência das investigações que culminaram com a prisão e indiciamento, em junho, de Josuel Pereira da Silva, o “Gaúcho”, apontado pela Polícia Federal (PF) como o maior produtor ilegal de CDs e DVDs falsificados de Londrina. Na época, duas lojas dele no Camelódromo foram lacradas. Além de Silva, outras nove pessoas foram indiciadas no esquema. A ação da PF e Receita Federal ontem começou cedo, perto das 6 horas da manhã, quando os policiais cercaram, com a PM, todos os quarteirões em torno do Camelódromo. Os agentes federais entraram no local munidos de um mandado de busca e apreensão coletivo, expedido pelo juiz federal criminal Eduardo Áppio. Apesar da ordem judicial, o Ministério Público Federal (MPF) não apoiou as buscas. De acordo com a procuradora Cíntia Maria de Andrade, o MPF deu parecer contrário ao pedido da PF, mas a Justiça autorizou a operação. “Achávamos necessário mais diligências antes. Sequer sabíamos que aconteceria da forma que foi feito”, afirmou a procuradora. “Aquilo que os donos conseguirem demonstrar que é legal, vamos devolver sem problemas. Mas se alguém tentar apresentar notas fiscais falsas pode ainda enfrentar mais problemas”, alertou Sérgio Nunes, delegado da Receita. Quem não conseguir comprovar a origem das mercadorias será processado por contrabando e descaminho na Justiça Federal. A partir da semana que vem, a Receita recebe os camelôs para identificar as mercadorias, que foram separadas em caixas numeradas por lote e por barraca. “Quando não há o recolhimento regular dos tributos, temos concorrência desleal, quebra do comércio e desemprego. E essa massa volta para a informalidade, tornando um problema social em uma situação crônica”, afirma o delegado. Ele avalia que a operação no Camelódromo era de fato necessária: “Não podemos ter na cidade um local imune às leis. Se não entrássemos no local estaria estabelecido o império do crime”. Nunes afirma que a venda de produtos sem impostos ou falsificados “não é um negócio só de pessoas carentes e sem emprego”. “Por vezes, há por trás de uma simples banquinha estruturas criminosas com lucros abusivos baseadas na falsificação e sonegação.”