Em reunião com Guido Mantega, empresários criticaram fluxo anormal de capital externo para o BrasilBrasília - Empresários reclamaram ontem, durante encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, do fluxo anormal de capital externo para o país. A queixa contra o excesso de dólares aconteceu um dia depois de o Banco Central (BC) ter anunciado recorde no ingresso de moeda norte-americana no mercado brasileiro no primeiro semestre (59 bilhões de dólares). Na reunião promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empreendedores pregaram a necessidade de o governo adotar medidas de natureza regulatória e tributária para conter esse movimento, forçar a desvalorização do real frente ao dólar e melhorar a competitividade nacional.Indicado porta-voz do grupo, o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Roberto Gianetti da Fonseca, defendeu o fim da isenção do Imposto de Renda (IR) para aplicações em títulos públicos realizadas por investidores estrangeiros. A sugestão teve apoio do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, que se declarou preocupado com a tendência de pressões ainda mais fortes sobre o câmbio. ´Perguntamos ao ministro qual é o limite´, enfatizou. Para Gianetti, os dados positivos da economia, sustentados pela ´liquidez internacional fabulosa´, estão mascarando os problemas do empresariado. Monteiro Neto acrescentou que a atual desvalorização do dólar ante o real revela forte componente de arbitragem, sinalizando operações em que se captam recursos no exterior para lucrar com os juros altos do Brasil.No encontro, o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, reiterou a importância de incluir um teto para a carga tributária na proposta de reforma. Segundo ele, a iniciativa implicaria corte de gastos por parte do governo, que ainda teria de acelerar o processo de desonerações tributárias para não elevar a carga.