Crédito tributário de R$ 302 mi garante ganho da Nossa Caixa

16 Ago 2007
O reconhecimento de R$ 302,1 milhões em créditos tributários aumentou os ganhos da Nossa Caixa no primeiro semestre e evitou prejuízos no segundo trimestre. O banco paulista registrou lucro líquido de R$ 385,5 milhões nos primeiros seis meses, expansão de 33%. Entre abril e junho, o resultado cresceu ainda mais, com aumento de 159%, para R$ 298 milhões. Sem a ativação do crédito tributário, o lucro do semestre cairia para R$ 83,4 milhões, com queda de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, haveria prejuízo de R$ 4 milhões, frente a ganho de R$ 115 milhões em 2006. Dos R$ 879 milhões em créditos tributários que o banco tem, foram reconhecidos R$ 302,1 milhões. Segundo Milton Luiz de Melo Santos, a ativação destes créditos coloca o banco mais perto na adequação de suas demonstrações financeiras às exigidas pelo padrão internacional US-GAAP. Além disso, a Nossa Caixa passa a fazer o que é prática comum entre outros bancos do país, que já reconhecem estes créditos há algum tempo. Influenciado por estes créditos, a rentabilidade patrimonial chegou a 54,3% no segundo trimestre. No semestre, ficou em 30,6%, considerando o patrimônio de início do período. A compra da folha de pagamentos dos servidores do Estado de São Paulo em março, por R$ 2,1 bilhões, também já influencia os números do banco. A Nossa Caixa amortizou R$ 109 milhões. Com isso, as despesas totais do primeiro semestre ficaram em R$ 420,6 milhões, crescimento de 117% em relação ao mesmo período de 2006. Já a receita com prestação de serviços aumentou 44% e ficou em R$ 428 milhões. Segundo o presidente do banco, o crescimento não ocorreu por aumento das tarifas, mas por causa da fidelização dos servidores estaduais. As despesas do banco também cresceram por causa do aumento de provisões para ações judiciais que contestam reajustes (poupança e depósitos judiciais) dos planos econômicos do passado. No semestre, estas provisões subiram 90% e encerram o período em R$ 182,6 milhões. A carteira de crédito fechou junho com saldo de R$ 8,2 bilhões, alta de 21%. Deste total, 77% são empréstimos para pessoas físicas, que subiram 25%. A modalidade que mais cresceu, influenciado pelos servidores estaduais, foi o crédito consignado, com expansão de 46%. A inadimplência caiu de 8,6% para 7,5%, influenciada principalmente pelo crescimento do crédito com desconto em folha, que tem inadimplência quase zero. Com o consignado em alta, a taxa deve continuar em queda. Os 7,5%, segundo Santos, se devem basicamente às operações para pessoa jurídica. A expectativa do banco é continuar emprestando mais recursos. Santos projeta expansão de 30% a 35% para a carteira de crédito em 2007. O consignado vai liderar e deve crescer entre 40% e 45%. O crédito para empresas deve subir 20%. O banco promete definir até o final do ano os rumos de sua empresa de capitalização. O conselho da Nossa Caixa avalia a venda, uma parceria ou ainda a ativação da subsidiária.