Aumento justifica fim da CPMF, diz Fiesp
MARCOS CÉZARIDA REPORTAGEM LOCAL O aumento da carga tributária federal em 2006, de mais de R$ 52 bilhões em relação a 2005, comprova o que diversas entidades defendem: a receita cresce tanto que o governo pode abrir mão da CPMF.Segundo o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, somente a receita do governo federal deverá crescer cerca de R$ 60 bilhões neste ano, valor equivalente a quase o dobro dos R$ 36 bilhões que deverão ser obtidos com a CPMF."Por essa razão, não aceitamos a recriação do tributo. Queremos o respeito à lei. A CPMF tem data para acabar: é dia 31 de dezembro deste ano. Como a lei prevê seu fim, não se trata de prorrogação, mas sim de recriar o tributo."Para Marcel Domingos Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, o aumento da carga fiscal em 2006 mostra que o problema do governo não é de receita, mas de despesa."Se o governo não reduzir a despesa, isso [o aumento da carga fiscal] não terá fim. Sempre defendemos que o governo corte gastos para reduzir os tributos. Como não temos obtido resultado, então defendemos o corte de receita, via fim da CPMF, para que o governo reduza seus gastos."O nível da carga tributária divulgado pela Receita, de 34,23% do PIB, é quase um ponto percentual inferior aos 35,21% calculados pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Para Gilberto Luiz do Amaral, presidente do instituto, a diferença decorre das metodologias usadas -a Receita não inclui multas, juros e contribuições corporativas (sindicais, órgãos de fiscalização etc.).Mas os dados da Receita "provam que a carga tributária cresce quase um ponto percentual por ano", diz Amaral. Somente em relação ao PIB, a carga cresceu quase R$ 23 bilhões em 2006. "É a prova de que é possível prescindir da CPMF."