Milhares de argentinos apelam ao Bird e BID

03 Set 2007
Néstor Kirchner está sofrendo pressão de pequeno investidor Washington - Milhares de credores individuais da Argentina portadores de títulos emitidos por aquele país e que não aceitaram a proposta de renegociação apresentada pelo presidente Néstor Kirchner estão pressionando o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a não aprovar empréstimos para o país enquanto o seu governo não honrar o pagamento de 20 bilhões de dólares que lhes deve. Uma avalanche de cartas enviadas por e-mail às duas instituições ´oito mil, nos últimos dias´ apela para que elas se neguem a aprovar empréstimos, num total de 10 bilhões de dólares, solicitados pela Argentina. O texto foi preparado pela Força-Tarefa Americana Argentina (ATFA, na sigla em inglês), uma aliança de organizações que representam credores daquele país. Ela é co-presidida pelo ex-subsecretário do Comércio dos EUA, Roberto Shapiro, e pela ex-embaixadora americana nas Nações Unidas, Nancy Soderberg. Em junho, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, alertou Kirchner. ´Se a Argentina não se inclinar a atender às demandas dos credores, poderá enfrentar dificuldades para seus pedidos de novos empréstimos´, disse. O principal argumento dos credores atualmente é o de que a Argentina já está em condições de saldar a dívida, uma vez que acumulou 43 bilhões de dólares em reservas, além de ter recebido ajuda financeira de 5 bilhões de dólares do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Em 2001, ao renegociar a dívida externa de 80 bilhões de dólares, o governo argentino ofereceu pagar 27 centavos por dólar devido. Metade dos portadores de bônus da Argentina recusaram a proposta. Daquele total, 20 bilhões de dólares eram de pequenos investidores de vários países. A maioria deles aplicou nos papéis os seus fundos de pensão.