Greves federais impõem debate, diz Zero Hora
Dos 1,1 milhão de servidores federais, pelo menos 112 mil deixaram de trabalhar ao menos um dia de 2007 em razão de greve ou protesto. Isso significa que um em cada 10 teve, no mínimo, uma falta até agora.O Palácio do Planalto trabalha no projeto da Lei de Greve para impor limites às mobilizações, mas sofre a pressão das centrais sindicais. No texto, constavam medidas polêmicas, como exigência de dois terços em assembléia das categorias para validar as paralisações e a obrigatoriedade de manutenção de pelo menos 40% dos servidores de atividades inadiáveis, como o controle aéreo.Sem alcançar o consenso, o governo recuou e decidiu, antes de encaminhar o projeto ao Congresso, aprofundar o debate. A proposta se encontra no Ministério do Trabalho.A demora preocupa os defensores da proposta. Segundo o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB), categorias têm cometido exageros: - É necessário colocar limites para a manifestação e evitar abusos. Eles não devem receber pelos dias em greve. O governo não pode vacilar. Se depender das centrais sindicais, a proposta não sairá enquanto não for regulamentada a negociação coletiva. A ferramenta, que facilitaria o diálogo, é uma reivindicação antiga.- Não há concessão de direitos aos servidores por parte dos governos que não tenha sido arrancada com greve - destaca a deputada federal Luciana Genro (P-Sol).O governo admite discutir a negociação coletiva. Mas, para isso, exige que a pauta caminhe junto com a Lei de Greve. As centrais querem ter certeza de que a medida não será um instrumento para impedir a realização de paralisações. Para a CUT, é fundamental que se conclua o projeto das negociações coletivas.- Caso o governo inicialmente tenha pretendido começar pela Lei de Greve, nossa resposta foi de colocar a pauta na ordem correta - disse o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.*Colaborou Marina Lopes ( adriano.barcelos@zerohora.com.br / fabiano.costa@zerohora.com.br )