Campanha salarial: quarenta dias: prazo para concluir negociação
Em cerca de quarenta dias, o governo espera apresentar às entidades uma proposta salarial para ser avaliada pelas categorias. Esse foi o prazo acertado na noite de ontem (13/9), em reunião do secretário de Recursos Humanos do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), Duvanier Paiva, com as entidades representativas das carreiras que integram o Fisco Federal. Foi marcada nova reunião de negociação para o dia 27 deste mês. A proposta de quarenta dias foi apresentada pelo presidente do Unafisco, Pedro Delarue. Durante esse período, além da definição de uma estrutura remuneratória, o Sindicato espera discutir a restituição da paridade, a eliminação do fosso salarial, a incorporação da GAT (Gratificação de Atividade Tributária) ao vencimento básico, entre outras questões. “Consideramos que foi um bom começo de negociação, pois saímos daqui com um cronograma estabelecido e com o compromisso de que daqui a quarenta dias teremos a perspectiva de uma negociação concluída”, afirmou Pedro Delarue. Duvanier iniciou a reunião apresentando o impacto que, pela ótica do governo, a aplicação da tabela salarial das carreiras causaria na folha de pagamento do serviço público: cerca de R$ 12,3 bilhões, segundo ele. O Sindicato não concorda com esses números e acredita que o que está em discussão é a valorização das carreiras no mesmo nível de outras carreiras essenciais ao funcionamento do Estado. O primeiro vice-presidente do Unafisco, Gelson Myskovsky, disse que o governo deve levar em consideração que os salários das carreiras de auditoria vêm, ano a ano, se distanciando dos patamares de outras categorias e que isso precisa ser corrigido. O presidente do CDS (Conselho de Delegados Sindicais), Guilherme Cazumba, afirmou que o estabelecimento de um prazo referencial para finalizar a negociação é importante para evitar o que aconteceu na Campanha Salarial do ano passado. Naquela época, os Auditores-Fiscais apresentaram a pauta de reivindicações em novembro de 2005, realizaram várias reuniões de negociação, mas só conquistaram uma proposta digna de ser apreciada após entrarem em greve. Duvanier disse que a postura do governo é a de negociar, não apenas a estrutura remuneratória, mas outras questões de médio e longo prazos para resolver problemas como o fosso e a paridade.