“Quem sonega é contra CPMF”

26 Set 2007
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem, em Curitiba, que, além do interesse político, há participação de sonegadores em movimentos que defendem o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “Não tem dúvida de que por trás do clamor que a sociedade faz para que se baixe a carga tributária, é evidente que tem o movimento político para desestabilizar as contas do governo e conseqüentemente tentar prejudicar o presidente Lula ou coisa parecida”, afirmou. “E não tem dúvida de que tem também a parcela daqueles que sonegam e que vêem a CPMF com ódio porque é uma espécie de dedo-duro da sonegação”, acrescentou. Bernardo esteve em Curitiba para uma palestra sobre a Realidade Econômica Brasileira a funcionários e conselheiros do Tribunal de Contas do estado do Paraná. Numa semana em que a Câmara dos Deputados tenta um esforço concentrado para concluir a votação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição que prorroga a contribuição, o ministro rechaçou insinuações sobre barganhas. “Quem está falando isso é o pessoal da oposição, principalmente o PSDB e o PFL, que agora se chama DEM. Mas eles inventaram essa CPMF. Não sei se eles fizeram essas barganhas quando criaram e renovaram por três ou quatro vezes a CPMF, mas eu posso dizer que nós não estamos fazendo nada que possa envergonhar o país”, acentuou. O ministro voltou a afirmar que o governo não tem como abrir mão da receita prevista de R$ 39 bilhões no próximo ano, proveniente do desconto de 0,38% de cada movimentação financeira. “A discussão que temos de fazer é como podemos aproveitar o momento positivo de crescimento econômico e fazer um movimento de redução gradativa da carga tributária”, propôs. ALENCAR PEDE APROVAÇÃO O presidente da República em exercício, José Alencar, insistiu ontem que seria uma “irresponsabilidade” o Congresso não aprovar a prorrogação da CPMF. “Todos nós somos contra a CPMF, só que não podemos adotar uma postura de irresponsabilidade”, afirmou Alencar, depois de abrir a Feira Internacional de Tecnologia Naval (Fenashore), em Niterói.