Compra do Real pelo Santander deve provocar demissões
A provável compra do banco ABN Real pelo Santander no Brasil dificilmente trará algum benefício imediato para o bolso do consumidor. Além disso, há o risco de demissão em massa de funcionários dos dois bancos, por causa da sobreposição de agências, principalmente no Estado de São Paulo. É um ótimo negócio para os acionistas, no sentido que a instituição resultante da soma dos dois bancos vai ser mais eficiente, vai ganhar escala adequada e se tornar mais rentável, diz Erivelto Rodrigues, presidente da agência de classificação de risco Austin Rating.Para o cliente, não vejo nenhuma mudança. Segundo ele, já existe hoje concorrência entre os grandes bancos no País, mas isso não se reflete na redução de preços de tarifas e de operações de crédito. Nesse sentido, a criação de um grande banco, que vai competir em igualdade com o Bradesco e o Itaú, coisa que até agora não existia, não deverá alterar em nada o quadro atual, ao menos no curto prazo. Hoje, o preço das tarifas de operações bancárias está muito mais relacionado à redução da taxa básica de juros, da inadimplência e do compulsório do que ao processo de fusão e incorporação de instituições, observa.A soma dos dois bancos vai resultar em 54 mil funcionários (31 mil do Real e 23 mil do Santander) e mais de 2 mil agências no País. Para os funcionários, pode significar a perda de emprego. No mercado, as especulações oscilam de 2 mil até 10 mil demissões. Queremos negociar um acordo para uma transição tranqüila e com garantia de emprego, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.Segundo ele, tanto o ABN quanto o Santander foram procurados, mas só conversarão depois que o processo for concretizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.