Os novos celulares
Os primeiros telefones celulares eram uns trambolhos. Do tamanho de um tijolo, os aparelhos tinham uma bateria tão grande que era preciso levá-la a tiracolo, como uma bolsa. Falar e deixar recados numa secretária eletrônica eram as duas únicas coisas que se podia fazer neles. Essa foi a primeira geração da telefonia móvel, ou 1G. Uma década e meia depois, o celular da segunda geração (2G) até é usado para falar. Mas a grande revolução trazida por esses aparelhos (a possibilidade de fazer e receber ligações em qualquer lugar) tornou-se apenas uma de suas múltiplas funcionalidades. Na semana passada, o Brasil deu o primeiro passo rumo ao celular de terceira geração, ou 3G, com a publicação do edital para o leilão das faixas do espectro de radiofreqüência de 1,9 e 2,1 megahertz. A terceira geração do celular não chega a incorporar um grande número de novas funcionalidades. As mais importantes são a capacidade de realizar videoconferências, ver na tela do aparelho a pessoa com quem se está conversando e acessar o sinal de TV digital. O que a caracteriza, no entanto, é a velocidade e a qualidade de transmissão de dados. Tecnicamente, é considerado de terceira geração se transmite dados a 144 quilobits por segundo (kbps). E é neste ponto que entra em cena uma evolução menos visível, mas que está na base de toda a transformação que esses aparelhos tiveram: a das tecnologias de compressão e transmissão de dados, representadas por siglas como TDMA, CDMA e GMS. O TDMA não teve evolução, mas as outras duas resultaram em novos protocolos (WCDMA, EV-DO, GPRS, HSDPDA, EDGE, EV-DO), com velocidades de transmissão progressivamente maiores. Os celulares de terceira geração poderão transmitir nominalmente até 2 megabits por segundo (Mbps) embora a velocidade real deva ficar em torno de 1 Mbps.