Estudos feitos pelo Banco Mundial (Bird) indicam que o Rio Grande do Sul tem a pior situação previdenciária do país. Os dados foram apresentados ontem em reunião entre representantes do governo do Estado e do Bird. Conforme o levantamento do banco, diversos motivos levaram ao déficit anual de R$ 4 bilhões da previdência dos servidores gaúchos, entre eles, o fato de o Rio Grande do Sul ter sido um dos primeiros entes federativos a instituir regime próprio aos servidores; os bons índices de qualidade de vida que resultaram em aumento da expectativa de vida da população; e os benefícios concedidos pelo sistema de previdência do Estado a determinadas carreiras, que são incorporados às aposentadorias, aumentando os gastos com inativos. Os dados, que integram os trabalhos preliminares realizados pelo Bird, demonstram ainda que, em 2006, a previdência gaúcha registrou déficit de cerca de 2,6% do PIB, enquanto que a média das outras unidades da federação ficou em 1,5%. O secretário da Fazenda, Aod Cunha de Moraes Júnior, afirmou que a principal preocupação envolve o avanço da folha de inativos, que hoje alcança 52% da receita corrente líquida. Destacou, porém, que o governo deu início ao enfrentamento do problema ao criar reservas para dois fundos de previdência, com a venda de ações do Banrisul e o envio à Assembléia Legislativa de dois projetos que tratam do tema e integram o Plano de Recuperação do Estado.