Mais uma vez sem proposta

01 Nov 2007
O Governo frustrou mais uma vez as expectativas das carreiras que integram o Fisco Federal e não apresentou nenhuma proposta concreta a respeito de como se dará a remuneração por subsídio, na reunião realizada ontem (31/10). Nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira, dia 6. Segundo o secretário de Recursos Humanos do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), Duvanier Paiva, nesse dia será apresentada uma proposta concreta para debate com as entidades.Ele acrescentou que a área técnica do Ministério já alinhavou a estrutura da remuneração por subsídio, que seria vinculada a mecanismos objetivos para promoção. Mas ainda não foi possível, segundo suas palavras, “processar” isso com as autoridades governamentais dos três ministérios envolvidos (Fazenda, Planejamento e Trabalho). “Sabemos e entendemos que a expectativa das categorias para essa reunião era outra, mas a tomada de decisão às vezes é um processo complexo e que demanda mais tempo do que gostaríamos”, afirmou.Duvanier disse ainda que não há, por enquanto, uma alternativa acabada para o problema do fosso salarial. Também ressaltou que outro ponto para o qual ainda não há definição é o salário inicial, porque, segundo ele, é preciso calcular o impacto econômico da proposta idealizada pelo Governo.Inicialmente o secretário anunciou para a quarta-feira da próxima semana, dia 7/11, a reunião com as entidades, pelo fato de o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, estar fora do país e ser necessária a ratificação dele à proposta do Governo. Mas Duvanier acabou aceitando a ponderação do presidente do Unafisco, Pedro Delarue, de que nesta data os Auditores-Fiscais realizarão assembléia conjunta, podendo deliberar, inclusive, por uma greve por tempo indeterminado. “Respeitamos que o Governo tenha o seu tempo, mas as categorias também têm o seu”, afirmou. Discussões - O secretário-adjunto da RFB (Receita Federal do Brasil), Jânio Castanheira, que participou da reunião, disse que o secretário Jorge Rachid tem conversado com o Ministério do Planejamento e está acompanhando as discussões. A convite do secretário, os presidentes do Unafisco, Pedro Delarue; da Fenafisp, Lupércio Montenegro; da Anfip, Assunta Bergamasco; e do Sindireceita, Paulo Antenor, reuniram-se com Jorge Rachid na manhã de ontem. Na oportunidade, foram informados de que o Governo estava fechando a sua proposta, porém, possivelmente, não haveria tempo para formatá-la até o final do dia de ontem. No entendimento da DEN (Diretoria Executiva Nacional), o Governo, após as seguidas postergações para apresentar uma proposta aos Auditores-Fiscais, parece desconhecer que não está deixando outra alternativa a não ser a radicalização do movimento. Da parte do Unafisco, todas as ações foram encaminhadas no sentido de se chegar a uma solução sem a necessidade de confronto. A classe se encontra suficientemente preparada e mobilizada para desenvolver as ações necessárias com o objetivo de que sejam atendidas suas reivindicações. “O prazo do Governo está se esgotando. Hoje e quarta-feira deliberaremos conscientes de que fizemos tudo para que o confronto fosse evitado. Agora, a bola está com o Governo”, afirmou Pedro Delarue, presidente do Unafisco.