Resultado parcial mostra disposição da classe

05 Nov 2007
O resultado parcial da Assembléia Nacional da última quinta-feira (1º/11) revela que os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) estão dispostos e preparados, caso o Governo não faça uma proposta concreta para análise da Classe. Computados os votos de 64 DS/Representações, a greve de advertência de 24 horas para o dia 8 de novembro está sendo aprovada por 76,31% dos votos. Os Auditores consideram também que a paralisação deve ocorrer fora da repartição (89,30%) e sem assinatura do ponto (85,42%).Com unidade e determinação, a Classe está deixando claro que não haverá recuo: se não houver uma proposta aceitável, não haverá alternativa a não ser decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 12/11. Esse será um dos indicativos da assembléia de quarta-feira, 7/11, caso se mantenha o impasse de ausência de proposta.Os Auditores-Fiscais não se intimidarão com o “alerta” de que as negociações podem ser prejudicadas em caso de a greve ser deflagrada. Primeiro porque, na prática, as negociações já estão paradas desde o dia 17, mesmo com a suspensão da greve de 48 horas que os auditores haviam aprovado para os dias 25 e 26. Segundo, porque a responsabilidade pelo que acontecer a partir desta semana é do Governo, que vem descumprindo sistematicamente os prazos acordados com as entidades representativas do Fisco. Compreendemos que o Governo tem seu tempo para o amadurecimento da tomada de suas decisões. Por isso mesmo, demos 40 dias para a negociação e ampliamos esse prazo, que hoje completa 53 dias. A compreensão do processo, porém, não deve ser entendida como “carta branca” para o Governo prolongar indefinidamente a sua decisão. Não queremos enfrentamento, mas lembramos que estamos respaldados por uma liminar que garante o livre exercício do direito de greve, inclusive para os colegas em estágio probatório, e que impede qualquer retaliação por parte da Administração. Além disso, seguiremos meticulosamente todos os passos exigidos pela recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para que os servidores possam fazer greve: abertura oficial da negociação, prazo para convocar a assembléia e aviso ao Governo da decisão da categoria. Não há motivo para ameaças de retaliação em caso de termos de optar pelo exercício do direito de greve, já que estamos seguindo todos os trâmites jurídicos e políticos que devem nortear as ações de um sindicato conseqüente e responsável, que age exclusivamente na defesa dos legítimos interesses de seus representados. Porém, cada coisa deve ser pensada a seu tempo. E ainda há tempo para que o Governo agilize seus procedimentos e apresente sua proposta na reunião prevista para esta terça-feira.