Ao invés de propostas, mais dúvidas
A assembléia-geral realizada na manhã de hoje não deixou dúvidas: a categoria está unida e consciente de que precisa agir para que os seus pleitos sejam atendidos pelo governo federal. Nos rostos e nas manifestações da maioria dos colegas estava não só a decepção com mais um adiamento por parte do governo, mas a constatação de que o secretário de Recursos Humanos do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), Duvanier Paiva, porta-voz do governo, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, com a sua omissão, aumentaram ontem, diante das entidades do Fisco Federal, a insegurança de todos no processo de negociação. As dúvidas ganharam motivação concreta nos relatos feitos pelo boletim de hoje da DEN, especialmente quando o secretário Duvanier disse que lamentava a impossibilidade de estabelecer uma dinâmica com os três ministérios (Fazenda, Planejamento e Trabalho) para elaborar uma proposta para debate com as carreiras. O que quis dizer com isso? Que o Ministério da Fazenda estaria colocando entraves para o acordo ou seriam os outros dois órgãos a impedir o processo de atendimento das nossas reivindicações. Duvanier também que não teria se comprometido com nenhuma das hipóteses de solução para o salário inicial, a questão do fosso e os critérios de progressão na carreira. Ora, a ser isso verdade, que proposta é essa que virá sem solucionar nada e, pior ainda, implementando definitivamente a avaliação e todo o engessamento decorrente do controle, por gerentes, do trabalho, raciocínio e atividade dos auditores-fiscais? Para piorar, até a CPMF surge agora como um entrave para as nossas negociações e, por causa dela, o governo não poderia apresentar proposta completa e definitiva no momento. Também gerou debate, na assembléia, o fato de a DEN ter sugerido nos seus encaminhamentos uma paralisação por tempo determinado e o Comando de Mobilização ter optado por greve por tempo indeterminado. Mas em boa hora a categoria aprovou as paralisações do dia 12 e 13 (a ser confirmada pela votação nacional) e se mantém atenta para os novos fatos que poderão surgir com a reunião marcada para o próximo dia 13. Afinal, somos maduros o suficiente para perceber que temos valor e importância social suficientes para receber a atenção merecida e devida do governo federal.